Grêmio

Uma noite de sexta-feira terrível na Arena do Grêmio

Publicado

2 anos atrás

26 de agosto de 2022

Por

João Batista Filho

Lucas Uebel/Grêmio

Sexta-feira já é duro ter futebol. Ainda mais na Série B. Pra completar o pacote, vem a derrota gremista para o Ituano, 1 x 0, em casa. Não dá pra aceitar perder na Arena. Ainda mais agora que todo mundo tá na contagem regressiva pra finalizar esse horror que é a Série B.
E, ok, a matemática continua a mesma. São quatro vitórias nas últimas 12 rodadas que tem pra disputar. Só que a distância para o quinto colocado que chegou a ser de 10 pontos agora está em seis. É preciso se ligar.
Roger começou o jogo apostando em uma mudança de jogadores. Manteve o mesmo esquema, um 4-2-3-1, mas mudou a disposição em campo. Lucas Leiva e Villasanti foram os volantes, Biel ficou na ponta direita, Bitello meia de centro e Campaz aberto na esquerda.
E já adianto que essa forma de jogar prejudicou demais o Campaz. Mas muito mesmo. O cara é canhoto e jogou aberto na esquerda. E ou ele pegava a bola e cruzava com a esquerda ou tentava por dentro, com a perna direita, e acabava errando tudo. Não tô dizendo que foi só o esquema, foi também o esquema que o prejudicou. Foi uma noite ruim do Campaz.
Só que o primeiro tempo, com essa forma de jogar, não foi ruim. O Bitello chegou na cara do goleiro e perdeu. O Diego Souza pulou mais que os dois zagueiros deles e testou perto. Quase gol. Ou seja, teve alguma coisa. Não foi um primeiro tempo sem chances.
O problema é que a torcida estava muito incomodada. O primeiro tempo termina com vaias. E o Roger sentiu isso. Tanto, que mudou dois caras no intervalo. Voltou com Edilson na do Rodrigo Ferreira pra ganhar a galera. Puxou Bitello pra volante de novo, retirou Lucas Leiva de campo e reorganizou tudo. Ficou Villa e Bitello de volantes, Biel, Campaz e Guilherme na linha de três.
E, antes que eu esqueça, outra partida muito abaixo do esperado do Lucas Leiva. O Villasanti jogou por dois no primeiro tempo. Ele é quem aparecia em cada canto do meio. Lucas não tá se achando, parece completamente perdido aos lances do futebol brasileiro.

Lucas Uebel/Grêmio

Mas seguindo no jogo, o segundo tempo foi bem pior que o primeiro. As mudanças não ajudaram em nada. Campaz foi para o centro e seguiu indo mal.
Tanto, que o Roger faz aquelas mudanças drásticas de treinador que vai pro tudo ou nada. O Elkeson foi pro campo e ele apostou em dois atacantes com perfil parecido dentro da área. Só que, advinha? Não deu em nada. A bola mal chegada lá dentro em condições para finalizar. Não foi uma boa.
Outra, o Gabriel Silva foi descongelado novamente e entrou na vaga do Bitello quase que em um momento desesperado. Ele estava completamente arquivado, entrou contra o CRB e agora reapareceu como solução. É duro. Eu acho o Gabriel bom jogador, mas é estranho ver esse reaparecimento do nada. Não consigo nem colocar responsabilidade na má atuação.
Bitello foi melhor como meia do que como volante.
Biel corre muito, participa muito e tenta muito. Porém, o acabamento dele tem diversos problemas. Quando eu falo acabamento tô falando da finalização mesmo.
Mas ninguém foi pior nas finalizações do que o Guilherme. Olha, entrou no segundo tempo e errou um lance incrível. Era só virar a bater pro gol e o cara conseguiu chutar pra fora. A dificuldade de adaptação tá pesando forte pra ele. Quer dizer, ele e o Lucas Leiva. A dupla que chegou para elevar o nível tá sofrendo para se encontrar em campo.
A real é que o jogo estava tão estranho que até o Geromel estava errando lances fáceis. Errou passe na saída de bola. Não fez a mesma partida.
Tanto é que o Ituano estava ensaiando o gol de cabeça na área gremista. Primeiro acertou uma bola no travessão. Depois, o cara deles cabeceou pra baixo e passou pertinho da trave. Até que, enfim, no escanteio, o Elkeson perdeu a casquinha no primeiro poste e, no segundo, o zagueiro deles fez o gol de coxa. Sim, de coxa.
Uma sexta-feira terminou com a torcida ofendendo Roger e vaiando o time no apito final. Que noite terrível.