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Relato de uma noite mágica e histórica no Beira-Rio!

Publicado

3 anos atrás

6 de julho de 2022

Por

João Batista Filho

Ricardo Duarte/Inter

Que noite incrível. Como há muitos, muitos anos não se via no Beira-Rio. O que aconteceu foi histórico e será lembrado por um bom tempo. Digo mais, existe grande chance dessa noite ser a virada de chave para um time que vai brigar pelo título. Primeiro por dar a confiança que os caras conseguem fazer uma grande virada, depois pela atmosfera no estádio depois da partida acabar.
Reforço isso, a meia hora depois do apito final foi incrível. Ninguém arredou o pé do Beira-Rio e, juntos, jogadores e torcedores, comemoraram. Cara, isso é marcante. Mostra para os jogadores o quanto é bom dar alegria para os caras que estão ali na arquibancada. Se o título vier, essa noite será eternamente lembrada.
Em campo, a classificação tem um grande nome. Aliás, dois nomes: Pedro Henrique. A velocidade, a iniciativa, a tentativa de fazer algo diferente, tudo partiu dele. Que partida completa. Não foi só pelo gol, foi por toda a construção dos lances. Que baita partida. O Inter tem um jogador que faz coisas diferentes dos demais em campo. Precisa muito aproveitar isso. Não pode mais sair da titularidade. Azar do Mano, vai ter que encontrar espaço para ele e o Wanderson, quando voltar.
O segundo melhor foi Alemão. Incrível o que luta, briga, joga, tenta, o Alemão. O cara saiu na metade do segundo tempo extenuado. Ele vai em todas. Não tem dosagem de energia. É brigar em cada lance, cada momento. É meio nítido que ele não é o cara mais técnico, mas é o que mais disputa no ataque. Hoje, é sem dúvidas o melhor centroavante que tem no Beira-Rio. Foi recompensado com um gol. De coxa, de joelho, do jeito que deu.
Alan Patrick foi muito importante. fez um gol muito difícil e começou a jogada do segundo. Não parece, mas foi bem complicado o gol dele. A bola estava sendo afastada pelo zagueiro e ele conseguiu dominar a bola, ajeitar pra ele mesmo e abrir o suficiente pra tirar da marcação e ficar na cara do goleiro. Olha, jogada de talento. Uma pena que saiu lesionado, mas até isso ajudou. O Taison se fazia necessário depois da vitória que o Alan abriu num time que estava mais fechado.
Taison conseguiu melhorar o que estava muito bom. Ele deu uma velocidade incrível nas jogadas. E até isso encaixou, porque o Alan era importante para dar assistências quando eles iria naturalmente recuar. Foi fazer o gol do 2 x 1 e o Alan sentiu para sair e dar lugar para alguém que teria mais pique que ele. Taison voltou a ser o que todos esperávamos dele. Teve jogada que passou por três e cruzou pro Pedro Henrique, teve arrancada jogando a bola quase 50 metros e indo buscar. Olha, que baita partida. Uma pena não ter feito o gol na pancada que deu de fora da área.

Ricardo Duarte/Inter

De resto, Mercado fez uma baita partida na zaga e Moisés cresceu demais na lateral. O que cresceu esse Moisés não foi pouca coisa. É dele o cruzamento, a pancada, para o gol do Edenilson. Foi dele uma roubada de bola que quase gerou gol. Nem mesmo o atrapalho no lance do pênalti apaga o brilho dele.
O melhor elogio para o Moisés é que ele foi bem melhor que o Bustos, por exemplo.
Vitão iria ser expulso e saiu no intervalo. Fez bons desarmes e boas antecipações, mas tinha amarelo e foi bom ter saído. Moledo entrou e foi, de novo, soberano. Só não joga quando não tiver nenhuma condição mesmo. Porque é bem melhor.
Preciso falar do Mano. Ele fez ótimas escolhas nessa noite e soube dar uma mentalidade de gente vencedora para esse grupo. Falo isso porque ele acertou em escolher o Alemão como titular e conseguiu fazer seus comandados serem fortes suficiente para tomar um gol, começar instável e ir crescendo ao longo dos 90 minutos. O Inter foi melhorando, encorpando e engolindo os chilenos. Isso é mérito do técnico.
Não sou louco de criticar a torcida. A festa foi incrível, maravilhosa. Lamento apenas que vaiou o Daniel após o pênalti. Eu entendo, juro que entendo, mas o ideal seria tentar apoiar, depois dos 90 minutos a gente conversa novamente. Ok, tudo bem, a torcida foi brilhante. O gol do Alemão foi o típico lance que o torcedor empurra a bola. Eles fizeram isso. Tal qual o gol do Nilmar, contra o Estudiantes.
Tem tudo para ser uma noite histórica essa do dia 05 de julho de 2022.