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Inter empilha chances de gols perdidas, mas Alemão salva todo mundo, em noite dramática no Beira-Rio

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Ricardo Duarte/Inter
  • Foi na marra, foi do jeito que dava, mas o Internacional consegue uma vitória com ares de drama, de sofrimento, de deixar todo mundo incrédulo de como não conseguiram golear um time venezuelano no Beira-Rio, mas também aliviado porque, pelo menos, a vitória veio. Esse é o jogo de mistura de sentimentos.
  • Mano começa jogando com os dois pontas e mais o centroavante. Segue apostando no trio de ataque e jogadas pelas laterais. Com isso, os dois volantes são marcadores, Baralhas e Johnny. É um pensamento do Mano, ter dois caras que pegam no meio porque o trio de ataque não ajuda tanto na defesa.
  • Só que isso tem coisas boas e coisas ruins. O Inter teve metade das jogadas pela direita e metade pela esquerda, mas quase nada pelo meio. Com certeza, tem um ótimo ganho com os ponteiros, passando, driblando, cruzando. Agora, é nítido que falta articular mais jogadas pelo meio. Acredito que, se Mano tentar De Pena articulando ao lado do Alan Patrick, mesmo que mais atrás, poderá ter jogadas pelo miolo também.
  • Dito isso, não dá pra esconder que vencer uma equipe como o Metropolitanos por apenas 1 x 0 é bastante preocupante. E o erro não está nas chances criadas. Ter jogadas pelo meio é só um detalhe, o erro é ter 24 chutes e fazer apenas um único golzinho. Olha, eu contei pelo menos 10 chances para marcar o gol. Teve bola na trave do Wanderson, do De Pena, teve Pedro Henrique cruzando e o Alan Patrick errando o calcanhar e o Luiz Adriano cabeceando sozinho na pequena área. Teve lance de todo jeito. É muito gol perdido. Isso é um símbolo da fase atual. Que coisa tensa.
  • Pra mim, Pedro Henrique e Wanderson foram os melhores. Com a diferença que o Pedro jogou na mesma batida nos 90 minutos, o Wanderson acabou caindo no segundo tempo.
  • Alan Patrick fez um primeiro tempo maravilhoso, claramente sentiu fisicamente no segundo. Penso que, neste jeito de jogar, ele acaba sofrendo um pouco mais. Afinal, é tudo pelos lados e quase nada pelo meio. Mano falou recentemente que ele terá que encostar no Luiz Adriano para jogar. Acho que vai acabar virando quase um segundo atacante.
  • Em uma linha um pouco mais abaixo vem o Igor Gomes. Só que ele foi muito bem. Olha, em dois jogos, Igor fez mais que o Bustos em todo 2023. Não vou ser definitivo pelo histórico do Bustos ano passado, mas até agora, o Igor é um acréscimo em relação a ele. Marca melhor e apoia com muita força. Provou que tem qualidade até pra driblar e cruzar. Hoje, merece até ser titular.
  • Alemão merece o destaque foi fazer o gol da vitória. Por óbvio, não foi lá um grande destaque, aquele cara de jogadas maravilhosas. Primeiro porque não é a dele, segundo porque ficou pouco tempo em campo. Só que, camisa 9, tem que meter a bola na rede. Foi o que fez. Vamos combinar que eram injustas as criticas e pressões que o Alemão estava sofrendo por um começo ruim de temporada. Eu nunca concordei com a entrevista do Mano queimando ele e muito menos com o “arquivamento” que Mano o submeteu. Não consigo concordar. Tomara que o gol mude isso.
  • Mas, registro, Mano fez seu trabalho corretamente. Nada a comentar. Ele botou um time organizado em campo e foi mudando conforme as necessidades. Até não concordo com Vitão de lateral-direito, mas dá pra entender jogar com dois centroavantes e outras escolhas mais ofensivas contra um time de menor expressão e que estava retrancado.
  • Ainda nos pontos positivos, Thauan entrou com muita personalidade. Acredito que jogar mais no ataque, com liberdade, é a dele. Foi o segundo jogo que entra dando muito boas opções na frente. É um ala. Tá se soltando.
  • Bom, mas nem tudo correu bem. Luiz Adriano, infelizmente, tá muito fora do padrão. Ele perdeu gol na pequena área, não foi importante fazendo pivô, não conseguiu ajudar como todo mundo imaginava que ajudaria. Pelo menos até o momento. Saiu vaiado do campo, o que até acho uma demasia, mas é fato que, hoje, não se justifica como titular.
  • Não sei se a melhor coisa a fazer é jogar com Baralhas e Johnny.
  • O Metropolitanos teve duas oportunidades claras pra fazer gol. Isso beira o inaceitável, né? Não dá. Duas bobeiras. Uma delas, nas costas do Renê. Logo ele que é sempre tão regular.
  • Enfim, foi muito mais tenso do que todo mundo imaginava. Mas pelo menos a noite foi salva. No final, a vitória é o que importa pra classificar, mas é preciso atentar para o futebol. Tá na hora de melhorar.

Ricardo Duarte/Inter

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