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Grêmio reencontra maneira de jogar, mostra competitividade, mas ainda precisa reaprender a fazer gol

Publicado

2 anos atrás

2 de junho de 2022

Por

João Batista Filho

Lucas Uebel/Grêmio

Por incrível que pareça, foi um empate com pontos positivos. Não digo para comemorar, mas uma atuação que dá uma pontinha de melhora em relação a tudo que vinha sendo feito até então.
O resultado vai deixar o Grêmio fora do G4. E isso é ruim, por óbvio. Porém, se é que, de fato, as coisas começaram a se alinhar, os dois próximos jogos são contra Novohorizontino, em casa, e Sport, fora. Tem que vencer os dois confrontos diretos e ai sim entrar na zona de classificação.
Falo isso porque o time competiu e disputou bem mais do que em outras partidas. Foi brilhante? Não, nem perto disso. Tá jogando muita bola? Jamais. Agora, do jogo do Cruzeiro pra cá, nem disputar, brigar, competir, estavam. Agora, pelo menos teve isso.
Acredito que Roger reencontrou um novo jeito de jogar. Com três zagueiros, dois volantes, dois alas, dois meia-atacantes e um centroavante. Dá pra dizer que é um 43-4-2-1.
Thiago Santos e Benítez foram titulares. E, olha, vou dizer que eu preferi o Thiago Santos ao Villasanti. Pelo que vinha fazendo o Vila e pelo que fez o Thiago, eu vi ele bem melhor. Fora que quase marcou um golaço no começo da partida. Podem falar o que quiser dele, mas o cara é atleta, tem físico, tem porte, se impõe. Na Série B, é o que precisa.
Benítez foi bem acima do que vinha sendo. Isso é real. Ainda é insuficiente? Sim, ainda é. Mas registro aqui que ele melhorou. Pelo menos parecia estar dentro do campo, disposto a jogar. Até pouco tempo, nem isso víamos.

Lucas Uebel/Grêmio

O trio de zagueiros e o goleiro foram muito, muito bem na partida. Todos, quando acionados, deram conta. Dá pra contar com eles. Não dá pra mudar ali.
Brenno, aliás, foi destaque positivo. Ele apareceu em chute do Nenê e do Palacios. Fez seu trabalho.
O ponto a melhorar é do ataque pra frente. Afinal, poucas foram as oportunidades minimamente interessantes. Teve a do Thiago Santos, que vai pro ataque, tabela com o Diego Souza e bate cruzado pra fora. E depois o Biel finalizou duas vezes, uma no primeiro e outra no segundo tempo. Todas com jogadas extremamente individuais. Todas criadas por ele, quase que sozinho.
E confesso pra vocês que eu pensei até em colocar que o Biel não era mais o mesmo que começou e tudo mais. Porém, revendo alguns lances, eu chego a conclusão que, na verdade, ele tá jogando contra o mundo. É quase ele sozinho contra as defesas. Não tem como ir bem assim. Uma ou outra ele encaixa, mas não vai ser sempre.
Diego Souza não tá indo bem. Porém, o Elkeson entra e também não faz nada muito diferente. Se ninguém dá conta, projeto que seja o jeito de jogar que ainda precisa melhorar no ataque.
Uma das coisas que é preciso melhorar é a chegada de mais gente no ataque. O Janderson melhora o time quando entra porque pelo menos tem velocidade para chegar na frente. É uma opção a mais.
Prestem atenção. O Bitello não tá conseguindo mais ter o nível de atuação de antes. Duvida sincera: por que? O que mudou pra ele? Tô na dúvida mesmo.
Nesse jogo, fica de positivo a expectativa de uma nova forma de jogar que foi encontrada e a ideia de que competiram mais e se defenderam melhor. Como ponto a melhorar está o ataque. Tem que achar uma maneira de fazer gol. São cinco jogos sem marcar na Série B. Isso tem que mudar.