Grêmio

Cruzeiro é melhor taticamente, compete mais e faz por merecer a vitória diante do Grêmio

Publicado

3 anos atrás

8 de maio de 2022

Por

João Batista Filho

Lucas Uebel/Grêmio

Bom, antes de tudo, é preciso dizer que o Cruzeiro mereceu e muito a vitória. O que eles fizeram no primeiro tempo, foi digno de três pontos. O treinador deles, com três zagueiros, dois alas, dois volantes em linha, dois pontas e um centroavante, foi muito superior ao Grêmio. Eles tinham posse de bola, controlaram todos escapes do time do Roger e foram jogar até fazer o gol.
Ok, não fizeram mais do que um gol, mas o controle foi total dos caras. Não fizeram mais porque ainda são o Cruzeiro, que reduziu tudo para sobreviver. Mas não há como negar a superioridade deles.
Mais que isso, além da questão tática, que claramente foi melhor, eles fizeram o Grêmio correr atrás deles o primeiro tempo todo. Eles estavam com a bola e os de branco corriam atrás.
Pra fechar, ainda teve o fator “competir”. Eles competiram muito, mas muito mais. Por vezes, chegavam até além do ponto. Batiam mesmo. Só que é bem melhor tu fazer mais faltas do que não fazer. Se de um lado eles “pegaram”, do outro não teve essa pegada. Não teve essa intensidade. Ficaram devendo muito na entrega, nos duelos ganhos.

Jogo foi complicado pro Biel – Lucas Uebel/Grêmio

Dito isso, o gol deles aconteceu por erro gremista. Pelo menos dois erros. Biel não estava na marcação, mas penso ser injusto culpá-lo. Afinal, ele tava correndo o campo todo. Só que isso deu liberdade pra o cruzamento. O Rodrigo Ferreira vai tentar colocar pra escanteio, corta mal e mete pra rede, um gol contra.
Nesse gol, fiquei com a sensação que o Brenno poderia ter salvado. Dava pra ter feito um pequeno milagre, no reflexo. A culpa maior não é dele. A culpa é do time desajustado, do lateral que jogou contra, mas dava pra salvar.
Diego Souza viveu o eterno dilema que a gente vê nele. Quando a bola não chega, fica um a menos em campo.
Geralmente, Lucas Silva cresce no grande jogo. Não foi isso que aconteceu dessa vez. Ele não foi nada bem. Tanto, que foi substituído no intervalo. Deu lugar pro Gabriel Silva.
Aliás, o Grêmio só consegue equilibrar forças no segundo tempo com a entrada do Gabriel Silva no lado direito do tripé, justamente na vaga do Lucas Silva. Bem mais leve, foi dele a jogada que fez o Tricolor dar a primeira boa chegada. Elias recebeu na frente da área e bate colocado. Contra-ataque puxado pelo Gabriel. Ele foi a melhor notícia da partida. Não duvido que ganhe mais oportunidades agora.
Só que esse chute foi aos 16 minutos do segundo tempo. 60 minutos de partida para finalizar com algum perigo.
Por incrível que pareça, o Campaz melhora bastante entrando na segunda etapa. Ele faz bons cruzamentos e obrigou o Rafael, goleiro do Cruzeiro, a fazer a única grande defesa da partida.
O problema foi que o Ricardinho perdeu uma chance e e impediu o gol do Gabriel Silva por estar na frente da bola. O gol que ele mandou pra fora não era fácil de marcar, mas era isso que poderia diferenciar ele e fazer ganhar mais moral. Não adianta, a única maneira de cavar espaço com Diego Souza e Elkeson é fazendo o diferente.
Pra não dizer que tudo foi ruim, é preciso reconhecer que, no final, o Grêmio teve superioridade. E ainda teve alguma chance de fazer o empate. Agora, é preciso reconhecer que o Cruzeiro foi melhor lá em BH. Competiu bem mais e foi bem mais ajustado taticamente também.