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Os problemas crônicos que ninguém consegue corrigir no Inter

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Ricardo Duarte/Inter

A grande verdade é que o Inter parou no tempo. Sabe aquela frase famosa: “insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes.” Então, é isso que acontece. Essa frase deveria ser aplicada no Beira-Rio. Mas não é.

É como se o clube tivesse sentado em cima da taça da Libertadores de 2010 e ficou por ali. Entrou na zona de conforto. Em 2012, Fernandão já alertava pra isso.

Capitão que falou, inclusive, que o CT colorado era um “puxadinho”. E sim, segue sendo um puxadinho o Centro de Treinamentos colorados. A ponto de não caber todo mundo na academia. Os jogadores se revesam pra usar, de tão pequena que ela é.

Só que ninguém entendeu o recado, os dirigentes seguem com as mesmas fórmulas.

Talvez porque Fernando Carvalho ainda comante tudo nos bastidores. Talvez porque todos nós acabamos enganados também.

Lembra quando disseram que se o Inter tivesse 100 mil sócios a folha seria paga com o associado e não precisaria mais vender jogadores tão desesperadamente?

Ano passado teve até salário atrasado. Forlán e Scocco não receberam por anos. Ou seja, não adiantou ter 100 mil, o a instituição continua sendo administrada de maneira amadora.

Dentro de campo consegue ser pior. Muito antes do rebaixamento, comemorava-se título de Gauchão como se fosse uma coisa de outro mundo, chegando a cornetar o Grêmio por não ganhar nada, mas de 2011 pra cá, só tem taça de Gauchão no Beira-Rio.

Soma-se a isso ao fato das mudanças constantes de treinadores. De 2007 pra cá, são 20 técnicos. Sim, 20 em 10 anos. Cada treinador tem média de 6 meses no cargo. É impossível dar certo assim.

Será que a culpa é sempre dos treinadores? Será que não tem problema no grupo de jogadores? Na direção?

Alex, multi-campeão pelo Inter, saiu chorando daqui tentando explicar que o campo era apenas a ponta do iceberg, que os jogadores são apenas um reflexo do que ocorre lá dentro.

Quando se imagina que a Segunda divisão irá trazer lições, os mesmos erros são cometidos.

Sim, Medeiros e Melo cometem os mesmos erros de Luigi, Piffero e todos que passaram nestas últimas temporadas.

Lembro que, em 2015, quando a gestão Piffero assumiu, eles vazavam várias informações que premiações dos jogadores estavam atrasadas, que não tinha dinheiro no cofre, o presidente convocou um café pra imprensa e escancarou o que seria “a má gestão de Luigi”.

E neste ano o que acontece? Os dirigentes procuram a imprensa e propagam que Piffero deixou um “caos” no clube. Foi parar até no Ministério Público.

Mesmo assim, contratam 15 reforços, mandam 35 pra outros times e trocam Zago por Guto e agora vão terminar a temporada sem saber quem assume em 2018.

Não estou aqui pra defender ou crucificar ninguém. Todo mundo teve erros e acertos.

Só que está na hora de alguém levantar da taça da Libertadores de 2010 e começar a tentar novos métodos, novas fórmulas.

Foi assim que tudo começou lá atrás, em 2001, com Miranda e depois Carvalho. É assim que precisa recomeçar agora.

Só que não vai dar certo trocando de treinador a toda hora, vazando notícias pra ferrar adversários políticos, colocar amigos pra trabalhar no clube sem que eles tenham capacidade pra isso, entre as outras coisas que falei aqui.

Setorista da dupla Gre-Nal. Torcedor do Tottenham e do Real Madrid. Fã de futebol inglês.

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