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Inter paga caro pelo que fez (e pelo que deixou de fazer) e acaba tendo sua segunda “derrota” no Brasileirão

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Ricardo Duarte/Inter
  • Não dá pra reclamar do resultado. O Inter pediu pra levar, principalmente pelo que fez no primeiro tempo, e acabou pagando bem caro por conta disso. No segundo tempo, até acordaram, mas a real é que a bola sempre pune quem não faz as coisas corretamente. E, por entrar jogando de qualquer jeito no primeiro tempo, acaba que não consigo nem reclamar muito do empate, em casa, contra um time que até então só tinha perdido.
  • E tá falando aqui quem acabou aliviando nas análises das últimas partidas. Contra o Bahia era momento de recuperação, depois teve a derrota para o Athletico que todos entenderam que jogaram bem e até o jogo da Sul-Americana, que era visível que o jogo não foi de bom nível, mas ali era pra jogar pelo resultado mesmo. Tinha que pensar na tabela e deu. Afinal, até grama pintada tinha lá.
  • Só que, dessa vez, não há muito como ficar aliando. Tirando o fato do Borré ter marcado novamente e a gente fique com a expectativa que ele vai desandar a fazer gols, nada vai conseguir esconder a frustração de um empate no campeonato mais importante da temporada. Em pleno Beira-Rio, contra um clube que deve brigar até o final pra não cair, se é que eles não irão mesmo cair.
  • Os números não podem ser sempre lembrados para achar que tá tudo bem. Eu imagino que alguém vai olhar os 72% de posse de bola, as 22 finalizações (só cinco no gol mesmo) e tal. Mas se não tiver gol, não tem como ficar defendendo muito.
  • Sim, eu sei que o Atlético jogou recuado, retrancado, na defensiva. Mas e aí? Vai ser sempre assim? Toda hora que pegar uma retranca, vamos ter que dar a desculpa de que é difícil. Se for assim, bom, imagino que os próximos confrontos contra o lá de baixo na tabela serão de tortura para a torcida colorada.
  • Aliás, vamos lá, o torcedor tá nitidamente desanimado. Não tinha 24 mil pessoas no Beira-Rio. Deu pouco mais de 23,8 mil, aproximadamente. Não vou usar o jogo domingo à noite como escape. Tá claro que a torcida perdeu muito da sua confiança após a queda pro Juventude.
  • Digo mais, depois do jogo contra o Delfin, o papo no Inter era esse, de fazer o torcedor refazer as pazes com seu time. Voltar a ter a energia que tinha antes no Beira-Rio. Não aconteceu, né? Teve vaia no intervalo deste jogo já. E, por óbvio, no final também teve vaia por conta do empate.
  • Coudet tentou mudar. Sabendo que jogaria em casa, voltou a atuar com dois atacantes, metendo Borré e Lucca lá na frente. Claramente, não deu certo.
  • E não consigo imaginar que seja pelos desfalques. O meio tinha Thiago Maia, Bruno Henrique, o Maurício ficou mais na direita e o Wesley, que vem sendo um dos melhores do time, ficou na ponta esquerda. Ou seja, todo mundo sabe jogar ali. Todo mundo de alguma maneira é elogiado pelo que já fez no Inter (caso do Maurício) ou até na carreira (caso de um Thiago Maia).
  • Só que, coletivamente, não funcionou. No segundo tempo, na base da pressão após ter tomado o gol, até teve mais alguma movimentação, mas na primeira etapa foi estranho de ver os caras atuando como se fossem ganhar o jogo a qualquer momento.
  • Digo mais, o gol acabou “ajudando” o time a acordar. Não tivesse tomado o gol, a partida teria terminado empatada. Porque só teve o susto geral por conta do gol sofrido. Se não, a sensação que tenho é que ficariam na lenga lenga até agora.
  • Ah, o gol é bizarro, né? Gol de tiro de meta do goleiro dos caras. Thiago Maia e Renê se atrapalharam na subida no centro do campo, a bola quicou e matou o Mercado, que não tem mais como se recuperar na corrida, e acabou. O atacante deles fez seu primeiro gol no clube justamente contra quem? O Inter.
  • Maurício não tá se ajudando. E olha que o Coudet tentou ajudá-lo. Meteu de titular e capitão. Nada tem dado certo. Neste momento, não merece a titularidade, que dirá a braçadeira. Desta vez, foi pra ponta direita, que era a sua anteriormente, mas não performou. Algo está errado com ele.
  • Eu particularmente não gosto de ver os zagueiros sendo armadores. Mas o Coudet curte. E, confesso, em vários momentos dá certo, mas tem vários dias que são um belo de um saco assistir jogando deste jeito. Quer um exemplo prático? O Vitão teve 110 ações com a bola no jogo. O Maurício teve 52, o Bruno Henrique teve 67 e o Thiago Maia 86 ações. Sim, o zagueiro esteve mais vezes com a bola que todos os outros. Por isso, mesmo reconhecendo que tem como fazer dar certo, eu não curto isso (é bem diferente do zagueiro que sabe sair jogando. É apostar demais na armação pelos zagueiros).
  • Enfim, claro que não está tudo perdido, mas é um fato que duas das 38 finais já foram perdidas. Digo isso porque o presidente falava que seriam 38 finais. Duas, contra Athletico e Atlético-GO, foram perdidas. Exato, perdidas, porque esse jogo é praticamente uma derrota colorada.

Ricardo Duarte/Inter

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