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Coudet, hoje o torcedor do Inter está consumindo “mierda”

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Fernando Alves/Juventude
  • Após o Coudet dizer que não era para a torcida consumir mierda, diversos torcedores começaram a rebater tudo que a imprensa falava com essa frase. E eu vinha dizendo, principalmente no Debate Raiz, que o torcedor consumia mierda quando perdia pro Globo, Melgar, Vitória, Caxias, América e tantos outros fiascos recentes. Quando passava pelo River jogando bem, todos consumiam bem. Pois é, mais uma vez o consumo será esse. Sabe por que? Porque é o time que faz o cardápio. É o desempenho em campo que aponta o que vai ser servido pela imprensa. Então, hoje, o torcedor do Inter vai consumir “mierda”.
  • Futebol é assim! Se não chegar na hora que precisa e jogar em alto nível, vai cair fora. Esse elenco, parte dele pelo menos, já devia ter aprendido com o Fluminense. Pois é, não aprendeu. Não adianta nada ter bom futebol na primeira fase e na decisão desaparecer. É a segunda vez, pelo menos com Coudet (porque se for conta a gestão é incontável a lista) que o Inter joga bem quando não é tão necessário e dá vexame na hora decisiva. É tenso isso.
  • Precisamos falar do Robert Renan. Foi tragédia anunciada. Não, não foi um caso isolado. Quem acompanha qualquer jornalista aqui já viu que estávamos falando que ele estava enfeitando, querendo sair jogando bonito a toda hora. A dúvida era se seria salto alto ou deslumbre pelo estilo do Coudet mesmo, mas o castigo veio. Não fazer nada de deixá-lo continuar rebuscando lances, mesmo com os alertas, custou uma final de Gauchão pro Internacional. Mais uma, aliás.
  • Foi merecido. Ou melhor, não foi merecido. Na real, um mereceu e outro não. O Juventude mereceu demais a classificação, foi superior em pelo menos três dos quatro tempos jogados. 
  • O primeiro tempo terminou 1 x 0 pro Juventude e, se fosse dois, não seria nenhum crime. O gol que o Vitão salvou em cima da linha foi por mérito dele, claro, é mega difícil não se atrapalhar e meter contra, mas o lance escancarou que o Ju produziu pra fazer mais. Ainda teve defesa salvadora do Rochet e nenhuma grande chance colorada. O primeiro tempo foi todo deles.
  • O mais desesperador foi ver o Coudet assistindo tudo e não conseguir fazer nada. E vou usar o termo conseguir porque me nego a acreditar em alguém assistindo tamanha superioridade do outro lado e não querer fazer nada. Não é possível.
  • Aliás, aqui já fica uma reflexão. Independente de resultado, é um baita de um alerta. O Roger foi o primeiro que conseguiu tirar o Inter do Coudet da zona de conforto e olha o pavor que foi. Eles marcaram a saída de bola no campo de ataque e travavam toda e qualquer tentativa de sair jogando com toques por baixo. Nem que seja na falta tática, paravam o lance. Isso precisa ser melhorado. Não dá pra ter só uma alternativa em campo. Perderam 45 minutos por conta disso.
  • No segundo, Coudet finalmente se movimentou. Tirou Bruno Henrique e pôs Enner Valencia. Com o peito do pé doendo e tudo. Teve que ir. Assim, ficou só Aránguiz mais atrás, uma linha de três com Maurício, Alan Patrick e Wanderson, mais Lucca e Enner na frente.
  • O gol até acontece na bola parada, mas não foi do acaso. Já tem um bom tempo que Coudet tem apresentado uma ótima variação nas jogadas de escanteios e faltas laterais. Toda hora tem alguma troca de passes diferentes aliada a movimentação de quem está na área pra confundir o adversário. Renê se redimiu e cabeceou fazendo o empate. E, insisto, não foi aquela bola parada mais sorte do que juízo. Teve trabalho.
  • O problema disso tudo foi que Maurício teve atitude de jogador imaturo. De quem não estaria pronto para ser protagonista. Muito menos de ser uma venda gigante pra Europa. Todo mundo tem seu dia errado, de má atuação. Ok, isso acontece. O que não pode é tentar (e em partes conseguir) agredir o colega de trabalho. Isso, na escolha não é permitido, imagina em semifinal de campeonato profissional.
  • E ai partir dai, o Juventude já não tinha mais força para atacar como foi no primeiro tempo e o Inter morreu após aquele impeto inicial da segunda etapa. A virada estava amadurecendo, parecia perto de acontecer. A pressão estava legal, a bola dava pinta que iria entrar. Bastou perder o Maurício e tudo se foi. Ali, acabou a partida e tudo virou pênaltis.
  • Bom, nos pênatis não tem o que falar. O pênalti do Mercado é do jogo. O do Robert Renan não tem o que falar. Não há defesa. Mesmo se acertasse, não tem o porquê fazer aquilo. Qual o sentido de correr esse risco? Erro grosso. E de um jogador que vai sair na metade do ano. Que situação complicada.
  • Eu não gosto de falar de arbitragem, mas foi pênalti do Mercado no último lance do primeiro tempo, né? Daronco e o VAR erraram groceiramente. Eu penso que os dirigentes e treinadores estão se escondendo muito atrás dos erros de árbitros, mas nem isso pode aliviar a vida do Inter desta vez.
  • Sobre os jogadores pontualmente, é difícil achar alguém que fez alguma coisa bem feita. Alan Patrick completamente sumido, Maurício perdeu um gol inacreditável na pequena área e ainda foi expulso e o Vitão foi muito mal no gol deles. Só que ainda tem Aránguiz e Bruno Henrique bem estranhos nos últimos jogos. Ah, o Wanderson tentava e não conseguia. E o Renê errando saída de bola como um louco. Bom, são tantas individualidades mal que só me resta dizer a frase classica que sempre digo: “quando toda turma vai mal, a culpa é do professor”.

Ricardo Duarte/Inter

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