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Com Dourado em noite histórica, Mano avança na Sul-Americana e na construção de um time de futebol

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Ricardo Duarte/Inter
  • Antes de tudo, é preciso dizer que o Inter classificou. O Boca já ensinou todo mundo que, nessas competições, o negócio é classificar. Depois, no mata-mata, começa um novo campeonato. E isso foi feito. Mano botou o time nas oitavas.
  • A classificação acabou não sendo sofrida muito mais pelo jogo de lá, do que pela atuação do Inter nos primeiros 45 minutos da partida. Isso porque o Independiente saiu ganhando e isso deu alguma tranquilidade. Mesmo assim, o primeiro tempo terminou empatado e com vaias no Beira-Rio. Não foi uma boa atuação. Era um time que tinha a bola, mas não conseguia finalizar.
  • Me parece que a grande mudança do Mano é que tu vê uma ideia de jogo, uma maneira de atuar, vê movimentos coordenados e as jogadas estão acontecendo. E essa é uma visão positiva do Inter.
  • O lado negativo é que os problemas de finalização seguem iguais aos que eram apresentados com Medina. É um time que vai até a grande área, mas na hora de fazer gol, tem seus problemas.
  • Isso acontece por dois motivos. Primeiro porque os jogadores, de fato, tem seus erros de finalização. O Inter é um time que não tem um grande goleador. Mas eu não quero ser mega simplista e achar que tudo é só chute. Só o chute que é ruim. Pra mim, tem outro componente ai que é como a bola chega em condições de finalizar. E ai entra a qualidade da execução das jogadas. Se melhorar os movimentos, tu vai ter mais ângulo para chutar, estará melhor posicionado, aquelas coisas. Portanto, não é só o chute, é a colocação também. Tudo conta.
  • E essa melhoria só se pega com a repetição da ideia de jogo. É a famosa mecânica de jogo. O entrosamento que só com o tempo, os treinos, os jogos, darão isso.

Ricardo Duarte/Inter

  • Por óbvio, Rodrigo Dourado foi o melhor em campo. Só que ele fez um jogo completamente improvável. Quem apostasse uma vitória com três gols dele, ficaria rico. Não tinha como prever, mas ele fez os três gols. Todos após escanteios, mas fez de cabeça e finalizando com os pés. Além de toda qualidade como primeiro volante, e sim eu gosto muito dele como primeiro volante, Dourado dá poder ofensivo nos escanteios. Sempre foi um ponto forte seu. Mano resgatou. E, aliás, Mano foi muito esperto. Sacou o Rodrigo na reta final pro Beira-Rio aplaudi-lo. Essas pequenas atitudes conquistam o jogador. Mano é malando. Sabe que isso é importante.
  • Antes dele, o Maurício estava muito bem no meio-campo. Uma pena que saiu chorando do gramado, sentiu o joelho. Pareceu grave. Taison entrou e não conseguiu ser igual ao que Maurício vinha sendo.
  • Na linha de boas atuações, a zaga foi incrível. Vitão e Bruno Méndez rivalizaram quem jogou mais. Uma pena que o Bruno tá saindo, mas formariam uma bela dupla defensiva.
  • O gol só saiu por uma falha individual do Renê. Ele comprometeu ali. É preciso registrar. Como estava jogando bem no começo, tem um pouco mais de crédito, mas é o erro que pode custar um campeonato. Teve um pouco de sorte nessa. Caso contrário, seria marcado.
  • O De Pena jogou o de sempre. Foi a sustentação do meio. Hoje, ele é o equilíbrio do time.
  • Wanderson é que não jogou o mesmo de antes. Quer dizer que foi mal? Não necessariamente. Quer dizer apenas que não foi tão bem quanto estava vindo.
  • Penso que David perde muitas oportunidades. Ele é quem, hoje, está comprometendo no ataque. Até o Cadorini, quando entrou, teve mais presença que ele. Foi mais protagonista.
  • Foi bem bacana ver o Estêvão marcando seu gol e sendo erguido pelos companheiros. Ele precisava ser aplaudido pela torcida no Beira-Rio. Penso que isso fecha aquele episódio das vaia na estreia e começa um novo momento pra ele.
  • Enfim, o Inter avançou de fase. E tá avançando como time. Me parece claro que Mano está avançando casinhas na construção de uma maneira de jogar. Só que ele mesmo disse na chegada que não tem como achar que tu vai evoluir sem vencer. Só se consegue evoluir um time conseguindo vitórias. Porque, de resto, a crise vem, as vaias vem. Por isso, a vitória era tão importante.
  • O Inter tá no caminho. E com vitória. E com classificação.

Ricardo Duarte/Inter

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