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Como o Inter venceu o Gre-Nal e disparou na liderança do Brasileirão

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Ricardo Duarte/Inter

Antes de ler o texto, começo explicando que, pra mim, não foi pênalti do Kannemann. O Edenilson cabeceia muito perto, a bola bate no tronco dele, não tinha muito o que fazer. Eu jamais teria marcado o pênalti. E também não teria marcado o pênalti que o Grêmio reclama em cima do Ferreira. Não foi nada nos dois lances. De resto, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira picou o jogo um pouco demais, mas fez isso pros dois lados. Claramente queria controlar a partida. Só que ele errou grosso no pênalti e comprometeu. Não há como negar.

Dito isso, penso que, se tivesse que ter um vencedor, teria que ser o Inter. Motivo? somando os minutos em campo, o Inter jogou mais futebol. Futebol não tem justiça. Agora, eu vi mais bola no lado vermelho. Já era pra estar vencendo no primeiro tempo.

Enfim, futebol não é bem um jogo justo, fica aqui só a situação de que o juiz prejudicou, mas o Inter foi melhor sim.

Quem foi bem:

  • O melhor de todos se chama Abel Braga. Não tem como não ser ele. Motivo? O cara conseguiu tranquilizar um time que não ganhava há 11 jogos. Fez eles jogarem com calma, tranquilidade e ainda deu pra esse grupo um poder de reação inimaginável. Em qualquer outro clássico, o Inter se entregaria ao tomar o gol. Não se entregou. Abel é a única peça diferente de antes. É dele essa vitória. Seu vinho vai ser muito merecido nesta noite.
  • Edenilson precisa ser lembrado como o melhor em campo. O que correu, o que armou, ajudou no ataque, na defesa. É um monstro. Ainda faz o gol de pênalti, aos 52 minutos, como se estivesse convertendo um chute no Gauchão. Líder, um capitão. Mereceu a faixa que recebeu quando o Dourado deixou o gramado.
  • Praxedes fez uma baita partida. Jogou demais. Fez a legítima ligação do meio com o ataque. Um meia que correu o campo todo. Cansou no segundo tempo, mas intensidade absurda. Baita jogador tá se formando. E agora com a personalidade de quem jogou bem no clássico.
  • O Patrick tentou o diferente sempre, ia pra cima. Baita clássico fez. Claro que teve erros, mas isso é de quem tenta o diferente.
  • Gostei do Dourado também. Seguro, calmo, sempre bem posicionado.
  • Vou colocar os dois laterais na lista aqui porque não foram brilhantes, mas tão dando conta do recado. Rodinei e Moisés, tão criticados, hoje, são os titulares. Não tem como negar.

Quem foi mal:

  • O Lucas Ribeiro poderia estar nas duas listas. Isso porque ele foi brilhante em várias jogadas, mas teve um erro grosso no gol gremista. Não pode perder aquela bola daquele jeito. Então, tenho que colocá-lo aqui.
  • Eu não estou entre aqueles que pensam que o Peglow sentiu o clássico. Ele fez o jogo dele. Pegava a bola e ia pra cima. O primeiro tempo foi até tímido, mas pincipalmente no segundo tempo, acredito que o Abel tenha o mandado ir pra cima em todas. Porque ele foi pra dentro mesmo. Só que errou quase tudo. Isso comprometeu seu jogo.
  • Maurício não entrou legal pela ponta direita. Tanto que o Abel teve que mudar e recolocar o Maurício pelo centro, abrindo o Yuri pela ponta. Se tivesse uma outra chance, o ideal seria o Marcos Guilherme aberto na ponta direita ao invés dele. Maurício é meia de centro, não de lado. Só que não vou culpar o Abel nessa porque ele rapidamente corrigiu. Uma pena pro Maurício.

Abel colocou o Inter no topo e como favorito pra ganhar o Brasileirão – Ricardo Duarte/Inter

Como eu vi o jogo:

  • O primeiro tempo foi melhor do Inter. O Grêmio até teve um pouquinho mais de posse de bola (52% a 48%), mas as melhoras chances foram do Colorado.
  • Na real, a única chance claríssima foi do Yuri Alberto. Ele estava na cara do Vanderlei e perdeu. Mas teve um chute do Praxedes também, um chute que acabou não sendo tão bom, mas a jogada em si foi interessante.
  • No lado do Grêmio, nada foi feito no primeiro tempo. Simplesmente não tinha como marcar gol. Até teve duas bolas que Rodinei e Dourado deixaram escapar, mas nenhum gremista aproveitou. O time ficou sem inspiração, com nomes como o do Pepê completamente apagado.
  • O segundo tempo começa com um Inter envolvente. Foram 15 minutos a pleno vapor. Um time intenso, a toda hora no ataque. Só que os muitos erros no toque final fizeram não só o gás acabar como deram moral pro lado Tricolor.
  • Isso porque tudo muda em um chute cruzado do Jean Pyerre. Ali, o Grêmio acendeu uma luz que dava pra vencer. E foi pro ataque. Renato também viu isso. Sacou três caras de uma vez. Meteu Maicon, Ferreira e Luiz Fernando. Pepê, que estava com a cabeça longe daqui, Alisson e Lucas Silva saíram. A partir daí o Grêmio comandava as coisas.
  • Só que o gol acontece em um erro grosso do Lucas Ribeiro. É o perigo de quem gosta que zagueiro saia driblando. Ele tentou fazer isso, Diogo Barbosa rouba, dá um pique surreal, Diego Souza escora e Jean Pyerre chega batendo. Gol do Grêmio, que estava bem melhor. Só que não dá pra esquecer que tem um erro colorado na história. Um erro grosso do Lucas Ribeiro.
  • E ai é a hora do Abelão aparecer. Ele muda praticamente tudo, coloca Abel Hernández e Nonato, o time se joga pra cima e dá certo. Com Cuesta, de novo um zagueiro jogando, vem um cruzamento e o Abel cabeceia firme pra rede. Empate, 1 x 1.
  • Depois, Ferreira reclamou de um pênalti. Nonato tá nas costas dele, mas não é nada absurdo. Os dois tão disputando a bola e o Ferreira força, faz uma queda como se tivesse sido nocauteado no chão. Forçou. Claro que o braço do Nonato tá nas costas, mas é um esporte de contato, tão disputando. Não tem uma alavanca com o braço que possa jogá-lo no chão. É mais o Ferreira que se atira do que o Nonato que empurra.
  • A vitória, de virada, em pleno Beira-Rio, veio da forma mais dramática possível. Um Inter no abafa, metendo bola na área, consegue um pênalti quase aos 50 minutos do segundo tempo. E eu não vou mentir. Não achei pênalti. O Edenilson cabeceia muito perto do Kannemann, que estava com o braço aberto, mas nada demais. Não tem como arrancar o braço pra jogar. Ele claramente não teve a intenção. E pênalti é a única falta que precisa querer fazer ou assumir um risco grande de fazer. Erro do arbitro.

Abel Hernández guardou o dele. É centroavante, é 9 ou 99 – Ricardo Duarte/Inter

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