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O que o Grêmio fez na Vila Belmiro foi bem pior que a goleada para o Flamengo

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Lucas Uebel/Grêmio
  • Não sei nem como explicar o que aconteceu na Vila Belmiro. Na real, é difícil imaginar como um time inteiro entra caminhando em campo em plena fase de quartas de final da Libertadores. Queria entender o que eles pensam, quais os motivos que fazem aceitar tão tranquilamente uma eliminação. O principal motivo da queda foi o lado mental. Os caras do Santos jogaram a vida. O Grêmio parecia que estava jogando amistoso de pré-temporada.
  • Olha, o que aconteceu na Vila foi muito pior do que a derrota pro Flamengo. Lá, o Flamengo do Jorge Jesus era claramente melhor. Os jogadores eram melhores, o Jorge Jesus nem se fala, mas todos nós acabamos aliviando pro Renato por saber do time e do investimento deles. Não tinha o que discutir. O que se avaliava na época era o tamanho da goleada. Agora, o Santos é bem inferior ao Grêmio. Pelo menos no papel. Na prática, os caras foram melhores aqui e lá. Em campo, seria extremamente injusto qualquer resultado que não a goleada santista. Foi o que aconteceu.
  • Renato insiste com alguns erros que não tem como entender. Difícil foi entender a contratação do Luiz Fernando. Mais ainda entender o porquê seguem insistindo com ele. Pagaram R$ 1 milhão pelo empréstimo de um ponta, sendo que tem vários aqui. Renato tinha que ter entrado com Pinares. Ele treinou por ali. Já deu pra ver que não é o Luiz Fernando a solução dos problemas.
  • Mesmo assim, não posso dizer que a escalação foi ruim. Esse era o time que estava jogando. Só que, verdade seja dita e relembrada, o Grêmio vinha ganhando de times como Cuiabá, Juventude, Guaraní… Quando pegou um Santos, que era um pouco melhor, foi pior nos dois confrontos.
  • Renato foi amarrado nos dois jogos pelo Cuca. O Cuca. Na boa, todo respeito a pessoa dele, mas como profissional, pouca gente acreditava. Pegou um Santos que teve presidente afastado, estava com salários atrasados, impedido de contratar pela FIFA. E ele vai lá, perde Pituca, perde Soteldo, coloca a base e ganha taticamente do Renato. Tá na hora de alguém perceber que só na conversa não tem como. Ou o Renato trabalha taticamente ou vai ser sempre dependente de algum Cebolinha da vida para levar o time nas costas.
  • Pra mim, tem uma máxima no time do Grêmio: quando o Geromel joga mal, é porque tem muita coisa errada. E foi esse o caso. Até o Geromel jogou mal. E, sendo bem direto, eu não sei dizer quem foi bem. Ninguém foi bem.

Geromel foi mal no jogo. Isso explica muita coisa – Lucas Uebel/Grêmio

  • Pra ajudar, quando precisa mudar o time, Renato só sabe fazer duas coisas: ou ele troca seis por meia dúzia, tipo um ponta por outro ponta, ou saca um zagueiro e mete um centroavante. Coerência zero. Não há variação tática. É sempre o mesmo modo de jogar. E, quando muda, é pra empilhar atacantes. Assim não dá.
  • Preciso falar do Jean Pyerre também. Depositamos muita esperança nele. Eu, inclusive. Todo mundo sabe que ele é diferenciado. Mas o jogo mostrou que ele sentiu a pressão. Sentiu a responsabilidade. E, mesmo que já tenha seus 22 anos, o Jean tem pouco mais de um ano no profissional. O Grêmio enrola demais pra subir os caras. Jean surgiu mesmo no ano passado e lesionou. Agora, voltou e encantou. Porém, ficou claro que sentiu o peso de ser o cara do time nesta partida. Uma pena.
  • Não tem nem como contestar a eliminação. Foi muito justa. Porém, foi muito vexatória também. Bem mais do que para o Flamengo. Tem que servir pra cair na realidade. Não dá pra achar que por estar invicto tá tudo certo. Renato dizer que seu time é o melhor, que joga o melhor futebol do Brasil foi uma afronta. E a coletiva após o jogo da Arena denunciava que ninguém tinha entendido que o Santos foi melhor. A instituição precisa ser mais humilde e admitir que não vai ganhar só na conversa do Renato. Sem treino, sem tática, depende da individualidade. E, quando ela não acontece, o que se vê é o fiasco da Vila Belmiro.

Pepê não conseguiu jogar bem e não teve nenhum lance decisivo – Lucas Uebel/Grêmio

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