Grêmio
O aprendizado que o episódio da proposta por Walter Kannemann deixa sobre a imprensa
Penso que a notícia da proposta por Walter Kannemann pode ser usada como um exemplo do que acontece diariamente no futebol.
A informação chegou nos repórteres muito antes de chegar no Grêmio. A diretoria negou, contestou o repórter e no final, uma semana depois, a proposta realmente chegou e foi admitida por todos no clube.
Não vou aqui criticar os dirigentes e nem a imprensa. Minha tentativa neste post é tentar mostrar para algumas pessoas legais que leem meu blog, pessoas que acreditam que existem outras pessoas sérias e que trabalham muito para dor notícia, que a vida funciona assim mesmo nos bastidores do futebol.
Eu tenho como meta dar a chance para todo mundo “ser do bem”. Eu sei que sou um cara do bem (erro e acerto, mas porque errei mesmo, não porque inventei algo) e acredito que todo mundo, até provar o contrário, é sério e correto também. Isso só vai mudar se eu tiver certeza de que ele é alguém mal intencionado.
Afinal, todo mundo sabe que, em diversos momentos, o empresário vaza primeiro para a imprensa, faz circular a notícia, e depois entrega no clube.
É certo ou errado você que define, mas é isso que acontece e, vamos combinar, garanto que você também noticiaria se fosse imprensa. Afinal, esse seria o seu trabalho.
Tenho certeza que 99% dos repórteres jamais inventaram ou inventarão algo. Se o cara (ou a cara) deu, é porque alguém passou. Cabe a você saber se o/a camarada acerta mais do que erra. Ai é o ouvinte, leitor que vai definir se confia ou não.
Só que descobrir notícia não é tão barbada assim. Há poucos dias, a Roma e Bordeaux anunciaram a compra do Malcom. O cara estava na rua, indo para o aeroporto, quando o empresário mandou voltar pra casa dele e esperar porque o Barcelona estava na parada. Todo mundo soube o fim.
Aqui, na nossa realidade, Rui Costa me jurou de pés juntos que “era mais fácil as placas tectônicas se moverem do que o Bolaños ser contratado.” 48h depois o equatoriano desembarcou em Porto Alegre no jatinho do Celso Rigo. Mais recentemente, o presidente Romildo deu coletiva negando qualquer chance do Marinho. E olha o cara ai jogando com a tricolor.
Embora isso seja terrível para a imprensa, essa é uma situação acaba sendo considerada como “do jogo”. É péssimo pro moral do repórter, mas todo mundo já aceitou que cada um defende o seu lado e ponto.
O que eu já vi de dirigente falando uma coisa fora do ar e outra no ar…
Por isso que eu insisto, cabe ao torcedor confiar se o jornalista acerta mais do que erra. Porque uma coisa é certa: todo mundo vai errar. O erro zero não existe. Até porque muitas vezes nem é um erro, é só uma informação que estava acontecendo e não aconteceu, tipo a do Malcom.
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