Grêmio

Elias perde vários, Sarará carrega o time, Lucas Silva joga muito, mas foi Diego Souza o salvador

Publicado

4 anos atrás

9 de novembro de 2021

Por

João Batista Filho

Lucas Uebel/Grêmio

Antes de tudo, a vitória aconteceu. O Grêmio não tá num momento de pensar em jogar bem, mal, justiça ou injustiça. Agora, é jogar pela sobrevivência. É viver sob tensão a cada partida. Então, o mais importante aconteceu. Ponto. Ou melhor, três pontos.
Ainda é mais improvável do que provável, mas faltavam seis vitórias e agora faltam cinco. É preciso cinco vitórias em oito partidas. Cinco. Esse é o número mágico.
Mancini não tinha cinco jogadores e apostou em um time sem lateral improvisado, sem a retranca dos três volantes e bem mais equilibrado porque tinha mais guris em campo e não era tão defensivo. Isso fez bastante diferença.
Elias foi titular na ponta-esquerda, jogou só o primeiro tempo e teve pelo menos três chances desperdiçadas. Sim, ele tinha toda chance para fazer o hat-trick na primeira etapa e tocou todas pra fora. Mesmo assim, não quero ser duro com um guri que subiu agora e tá tendo seus primeiros minutos no profissional. Foi seu segundo jogo de titular na vida. É preciso entender que é uma situação diferente de um jogador afirmado. Mas tem que registrar que foram três chances claríssimas perdias. Uma pancada no travessão, um chute cruzado na mão do goleiro e uma cabeçada, sozinho, que foi pra fora.
Diego Souza perdeu uma chance clara de cabeça no primeiro tempo, mas guardou o salvador dele no segundo tempo. É inadmissível um profissional estar com o físico dele? É. Mas tem que registrar que, se a bola estiver na área, não tem mais matador no elenco que ele. Mais até que o Borja. Foi decisivo. Prestem atenção na comemoração do gol dele. É óbvio que estava sentindo e desabafou.

Diego Souza comemorou o gol e quase chorou de tanta vibração – Lucas Uebel/Grêmio

Mas eu vou ficar com o Sarará pra melhor em campo. Foi o dono do meio, mesmo sendo primeiro volante. Não há nem como comparar o nível de atuação dele com a do Thiago Santos. Hoje, só o carteiraço o tira do time depois dessa atuação. Além da atuação defensiva, dos passes do meio, fez o cruzamento na medida pro Diego Souza. Foi o cara da partida.
Douglas Costa ficou no banco. Ele teve que entrar com uma touca porque tá com um corte na cabeça. Motivo? Segundo o próprio Douglas, ele teve uma tontura e caiu no banheiro. Teve que levar pontos e tudo. Só que ele começa no banco e entra na segunda etapa. E ali, fez uma jogada de Pelé com conclusão de sei lá o que. Arrancou do campo de defesa, passou por uns quatro e, na cara do goleiro, chutou fraquinho. Perdeu um gol feito. Esse é o seu saldo da partida.
Que bom ver Geromel e Kannemann de novo. Tava na hora. Os dois estão soberanos de novo. Foram no Gre-Nal e repetiram contra o Fluminense. Tomara que os deuses do futebol permitam que ambos sigam assim.
Lucas Silva fez uma partidaça. Outro jogão. Tá decolando na dificuldade. Foi assim contra o Galo, o melhor gremista no Gre-Nal e agora de novo foi bem pra caramba. É de jogador assim que o time precisa pra sair dessa situação.
Destaque também pro Diogo Barbosa. Fazia tempo que não via uma atuação dele sem comprometer e sendo útil pro time. Penso que o Mancini agora ficou na dúvida se vai com ele ou com Cortez pro final do campeonato.
Agora, não dá pra esquecer que o gol gremista aconteceu no melhor momento do Flu. Eles, inclusive, marcaram um golaço que foi anulado. Ok, bem anulado, estava impedido, mas foi um pouco de sorte também. Não consigo deixar de ver que praticamente todo mundo voltou mal do intervalo. Isso, pra mim, tem tudo a ver com o Mancini. Não pode ser coincidência. Ele sacou o Elias e pôs o Ferreira. Não deu certo. Não deu certo a troca e quase acabou com o jogo. Um perigo gigantesco.
Campaz acabou ficando bem abaixo do ideal. Nem perto do meia que entrou no Mineirão com uma personalidade incrível. Já não tinha ido tão bem no Gre-Nal. Foi a segunda abaixo dele.