Inter
Os problemas crônicos que ninguém consegue corrigir no Inter
A grande verdade é que o Inter parou no tempo. Sabe aquela frase famosa: “insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes.” Então, é isso que acontece. Essa frase deveria ser aplicada no Beira-Rio. Mas não é.
É como se o clube tivesse sentado em cima da taça da Libertadores de 2010 e ficou por ali. Entrou na zona de conforto. Em 2012, Fernandão já alertava pra isso.
Capitão que falou, inclusive, que o CT colorado era um “puxadinho”. E sim, segue sendo um puxadinho o Centro de Treinamentos colorados. A ponto de não caber todo mundo na academia. Os jogadores se revesam pra usar, de tão pequena que ela é.
Só que ninguém entendeu o recado, os dirigentes seguem com as mesmas fórmulas.
Talvez porque Fernando Carvalho ainda comante tudo nos bastidores. Talvez porque todos nós acabamos enganados também.
Lembra quando disseram que se o Inter tivesse 100 mil sócios a folha seria paga com o associado e não precisaria mais vender jogadores tão desesperadamente?
Ano passado teve até salário atrasado. Forlán e Scocco não receberam por anos. Ou seja, não adiantou ter 100 mil, o a instituição continua sendo administrada de maneira amadora.
Dentro de campo consegue ser pior. Muito antes do rebaixamento, comemorava-se título de Gauchão como se fosse uma coisa de outro mundo, chegando a cornetar o Grêmio por não ganhar nada, mas de 2011 pra cá, só tem taça de Gauchão no Beira-Rio.
Soma-se a isso ao fato das mudanças constantes de treinadores. De 2007 pra cá, são 20 técnicos. Sim, 20 em 10 anos. Cada treinador tem média de 6 meses no cargo. É impossível dar certo assim.
Será que a culpa é sempre dos treinadores? Será que não tem problema no grupo de jogadores? Na direção?
Alex, multi-campeão pelo Inter, saiu chorando daqui tentando explicar que o campo era apenas a ponta do iceberg, que os jogadores são apenas um reflexo do que ocorre lá dentro.
Quando se imagina que a Segunda divisão irá trazer lições, os mesmos erros são cometidos.
Sim, Medeiros e Melo cometem os mesmos erros de Luigi, Piffero e todos que passaram nestas últimas temporadas.
Lembro que, em 2015, quando a gestão Piffero assumiu, eles vazavam várias informações que premiações dos jogadores estavam atrasadas, que não tinha dinheiro no cofre, o presidente convocou um café pra imprensa e escancarou o que seria “a má gestão de Luigi”.
E neste ano o que acontece? Os dirigentes procuram a imprensa e propagam que Piffero deixou um “caos” no clube. Foi parar até no Ministério Público.
Mesmo assim, contratam 15 reforços, mandam 35 pra outros times e trocam Zago por Guto e agora vão terminar a temporada sem saber quem assume em 2018.
Não estou aqui pra defender ou crucificar ninguém. Todo mundo teve erros e acertos.
Só que está na hora de alguém levantar da taça da Libertadores de 2010 e começar a tentar novos métodos, novas fórmulas.
Foi assim que tudo começou lá atrás, em 2001, com Miranda e depois Carvalho. É assim que precisa recomeçar agora.
Só que não vai dar certo trocando de treinador a toda hora, vazando notícias pra ferrar adversários políticos, colocar amigos pra trabalhar no clube sem que eles tenham capacidade pra isso, entre as outras coisas que falei aqui.
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