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Precisamos admitir a realidade sobre Roger e também a verdadeira briga do Inter no Brasileirão

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Ricardo Duarte/Inter
  • O resultado não é bom. Não é nada bom. Tenho certeza que uma galera ficou mais aliviada com o empate e a entrega física no finalzinho, mas o pontinho somado deixa o Inter ainda a um ponto do Z4 (eu sei, tem rodadas atrasadas), mas ainda assim tem muito risco. É mega desconfortável estar ali.
  • Falando de um modo geral, a verdade é que as duas semanas cheias de trabalho ainda não encaixaram esse time do Inter. Muita coisa ainda precisa acontecer para alguém ter a mínima confiança necessária que as coisas vão, de fato, melhorar. Meio óbvio que eu não penso que o Roger tem uma varinha mágica, mas a evolução está bem mais lenta do que todo mundo esperava. Ele tem cinco jogos e nenhuma vitória até então.
  • Roger começa jogando quase que com três volantes. Rômulo mais atrás, Thiago Maia e Bruno Henrique um pouco mais na frente. Gabriel Carvalho e Wesley faziam os lados (e trocavam muito de posição na linha de meio para o ataque), com Valencia como camisa 9.
  • Wesley foi o melhor em campo no primeiro tempo. Ele é quem faz o gol colorado ao receber entre os zagueiros uma bola do Gabriel Carvalho. Só que, além dessa, ainda teve várias outras investidas que conseguia passar como queria pelos carinhas e fazer jogadas na linha de fundo. Lembrou o bom jogador do começo deste ano. O único ou um dos poucos que se salvava. Teve um lance que foi no fundo e cruzou para o Gabriel Carvalho marcar. Seria a devolução da primeira jogada. Por pouco, não acontece o segundo gol ali. Então, o resultado não passa por ele.
  • O problema do resultado passa, na real, por uma postura que é difícil de entender o porquê. Mais uma vez, o Inter sai na frente e para de jogar. Sim, para de atacar. Em um jogo passado, Roger garantiu que não existe orientação pra isso, que sequer colocou volantes para fechar o meio justamente pro time não achar que era momento de se defender. Só que não tá dando certo. Outra vez, pararam. 
  • O resultado desse recuo é um gol do Athetico, ainda no primeiro tempo. Detalhe, até então, a vitória parecia controlada e tinham escapadas que poderiam resultar no segundo gol, ainda na primeira etapa. Mas o Inter conseguiu tomar um gol deles tendo oito jogadores na grande área. Não é exagero, eram oito carinhas. Sete de linha e mais o goleiro Rochet. E ainda assim teve gol. Nessa parte não é nem treinador a coisa, é dos boleiros mesmo. Tu não pode levar um gol assim.
  • Bom, o segundo tempo começa praticamente 2 x 1 pro Furacão. Dessa vez, Bernabei foi quem não se ajudou. Ele, claramente, errou o tempo de bola, tentou afastar ali e deixou passar. Bernabei ainda daria uma segunda entregada, que quase resulta em outro. Nesse ponto, não foi um jogo feliz do lateral. Bernabei tem um crédito pelo que chegou fazendo, mas desta vez, teve falha comprometedora.
  • O problema é que, a partir dai, ficou difícil conseguir alguma coisa. É verdade que o Athletico se fechou, mas nenhuma bola entrava mais. Não tinha muita tabela ou jogada combinada. Roger começou colocando Alario e depois Ricardo Mathias. A estratégia foi jogar a bola na área pra ver o que acontecia. 
  • Resumindo, virou o festival de balonismo de Torres. Era bola no alto o tempo todo. Complicado de ver. Teve a pressão e é verdade que essa pressão acabou levando ao gol de empate no finalzinho da partida. Wanderson pegou um rebote de uma cabeçada que o Alario deu após o escanteio.
  • É gol, vale igual, mas é difícil imaginar que a gente estaria em agosto falando sobre esse como o jeito de jogar do Inter. Um time que faz (não é leva, é faz) um gol e se perde em campo, pra depois ter que ir jogar bola na área pra tentar um empate. Não, isso não é legal.
  • Enner Valencia saiu vaiado mais uma vez. Fundamental dizer que, dessa vez, ele não estava desconectado da partida. O cara tentou, mas é verdade que nada muito interessante aconteceu. Eu não concordo com as vaias quando a bola tá rolando. Penso e reforço isso porque não ajuda em nada o time a vencer e a torcida faz parte do pacote de tentar a vitória. Agora, também consigo entender que não é um ato mega injusto dos torcedores e tal. Valencia não tá conseguindo jogar e isso tá nítido. Talvez seja o fato de estar atuando como um centroavante e ele não é bem isso, provavelmente vai performar melhor sendo segundo atacante, atuando ao lado de outro mais posicionado. De todo modo, é fato que bem o cara não tá.
  • Na saída do Valencia, Roger coloca Alario. Não muito depois, mete o Ricardo Mathias. Dois grandalhões na área. Quem diria, logo o Roger, que é todo da tática (e eu adoro isso), foi pro tudo ou nada, pra bola jogada na grande área. Na hora do aperto, é o que dava pra fazer. Com uma linha de cinco defensores na frente da grande área, o Athletico meio que obrigou a isso.
  • Até por conta dessa questão, não tem muito como avaliar o Ricardo Mathias. O grandalhão tentou ajudar. Porém, é impossível eu analisar as virtudes do cara nesse tipo de jogo. Teremos que aguardar.
  • Quem foi bem melhor nessa partida foi o Gabriel Carbalho. Muito, mas muito, mais solto em campo. Até a técnica de batida na bola dele estava melhor, mais qualificada. Além da ótima visão no passe para o primeiro gol, foi muito melhor dessa vez. O guri tá se soltando, é só dar tempo para ele. Um ponto que queria destacar é que todas as melhores jogadas são centralizadas. O passe certeiro foi ali. Quando Roger o coloca mais aberto não é a mesma coisa. Aberto na direita não tem a mesma visão de pifar alguém como pifou. No meu jeito de ver, o Gabriel precisa ser sempre centralizado. Uma ou outra vez, pode fugir da marcação e sair ali. Agora, sempre, não dá. É um desperdício de talento.
  • Gostei do Rogel. O cara chegou nessa semana e já estreou. Foi para o lado direito da zaga. Simples e rebatedor. Não teve muita frescura. Ele não é aquele zagueiro técnico que vai para o meio, armar o time. Não. É o defensor clássico uruguaio. Cara alto, com muita raça e dedicação na marcação. Quando teve a bola, passava corretamente para quem estava mais perto. E era isso. É um novo estilo perto do que vinhamos vendo.
  • No fim, a briga do Inter é apenas para não cair. A realidade que se apresenta é que o Roger não conseguiu fazer o time jogar rapidamente (repito que ele não tem varinha mágica) e a briga será para não cair. Mais uma vez, sob o comando do presidente Barcellos, o Brasileirão será apenas para não cair. É isso que estão apresentando.
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