Grêmio

Roger foi protagonista negativo de uma derrota preocupante do Grêmio

Publicado

3 anos atrás

15 de abril de 2022

Por

João Batista Filho

Lucas Uebel/Grêmio

Bom, o jogo mostrou que a Série B vai ser mais difícil do que muita gente imaginava. Eu confesso que não estou nada surpreso porque aprendi muita coisa cobrindo a Série B de 2017. Não adianta achar que vai ser fácil porque não é. É muito duro jogar essa competição. Eu nunca esperei show ou grande atuação.
Mesmo assim, também confesso que imaginei que os resultados viriam. Iriam acontecer mesmo não conseguindo jogar bem. Seriam na estratégia do Roger. Até pelo fato de jogar com três volantes/meias, projetava que isso poderia ser um indicativo que ninguém estava prevendo facilidades, que sabia que iria ser na força, na entrega.
Pois é, mas não está sendo. E isso precisa ser dito. O Grêmio foi, de novo, um time que não conseguiu produzir nada interessante ofensivamente. Afinal, foram dois jogos até agora e nenhum gol marcado. No primeiro jogo até teve chances perdidas, nesse, não dá pra dizer o mesmo. Dessa vez não foi só pontaria. Faltou quase tudo.
Me preocupa muito quando Roger demora até depois do segundo tempo para ver que não tinha como seguir com os três volantes/meias. Ele só foi mudar aos 15 do segundo tempo. E fez mudanças óbvias. Colocar Ricardinho na do Elias e Edilson na do Rodrigues, até pode melhorar o time pelas peças, mas não muda a estrutura de jogo. E, naquele momento, o que estava errado era a forma de jogar.
Deixo claro que eu respeito e entendo a visão do Roger sobre o trio de meio. E sei que grandes times jogam assim, vencem assim. Dá pra fazer dar certo. Porém, nessa partida, estava escancarado que tinha que mudar. Contra um rival que não te ataca, dava pra colocar um ou até dois meias.
Melhor, dava pra até colocar dois centroavante e ficar jogando bola na área pra tentar algo de cabeça. Não é a melhor jogada do mundo, mas pelo menos é uma jogada ofensiva. Tu vai pra frente e não fica só rodando a bola sem uma utilidade.
Roger errou nesse jogo. O responsável por não conseguir vencer é ele. Fez mudanças de peças e não do sistema de jogo. E parecia tão na cara o que tinha que ser feito.

Gabriel entrou no segundo tempo – Lucas Uebel/Grêmio

Preste atenção. É responsável pela vitória escapar. Sublinho isso porque o cara que fez a derrota acontecer foi o Diogo Barbosa. Ele teve uma falha feia na defesa, deixou tudo aberto e comprometeu. Isso fez a gente relembrar o porquê o Diogo foi contratado a peso de ouro e nunca deu certo. Sempre tem uma falha dessas.
Essa partida mostrou que o problema gremista não é o camisa 9 e sim a forma de atuar. Afinal, antes, muita gente achava que Diego Souza era o problema. Que ele, por não ter mais o físico de atleta desejado, comprometia. E não é isso. Elias entrou e morreu de fome. Ricardinho entrou e também passou trabalho. É a bola que não tá chegando.
Dá pra fazer a bola chegar com esse jeito de jogar. Mas ele seguramente precisa de ajustes. Precisará voltar mais os meias e contar com pontas que joguem mais pro time e não pra si.
O Ferreira é um que joga muito pra ele. Teve um lance que ele fez um drible bonito e serviu o companheiro, é verdade, mas pro centroavante não ficar sozinho, só se os pontas começarem a pifar. É até meio lógico, se não tem meia-atacante, quem tá do lado precisa ser protagonista na criação de jogadas. Não aconteceu.
Enfim, o time do Grêmio não é uma tragédia. Ele tem uma forma de jogar, tem jogadores colocados em campo. Agora, não dá pra aliviar passar 180 minutos sem fazer um único gol sequer. Contra Ponte e Chape. Dois clubes que claramente querem só ficar na Série B.
Ah, uma última. Teve pênalti em cima do Ricardinho. Errou a árbitra e o VAR não fez sua obrigação. Eu gosto bastante dela, mas teve o erro. Fica o registro. E só registro mesmo. Não consigo imaginar que alguém vai conseguir reclamar de arbitragem depois do futebol apresentado.