Grêmio
O que aconteceu com o Grêmio na derrota para o Inter no Beira-Rio
Antes de ler o texto, começo explicando que, pra mim, não foi pênalti do Kannemann. O Edenilson cabeceia muito perto, a bola bate no tronco dele, não tinha muito o que fazer. Eu não teria marcado o pênalti. E também não teria marcado o pênalti que o Grêmio reclama em cima do Ferreira. Não foi nada nos dois lances. De resto, o árbitro só picou o jogo um pouco demais, mas fez isso pros dois lados. Só que ele errou grosso no pênalti e comprometeu. Não há como negar.
Dito isso, penso que, se tivesse que ter um vencedor, teria que ser o Inter. Motivo? somando os minutos em campo, o Inter jogou mais futebol. Futebol não tem justiça. Agora, eu vi mais bola no lado vermelho. Já era pra estar vencendo no primeiro tempo.
Enfim, futebol não é bem um jogo justo, fica aqui só a situação de que o juiz prejudicou, mas o Inter foi melhor sim.
Quem foi bem :
- O melhor em campo foi o Diogo Barbosa. Correu demais, marcou, puxou ataques e foi o responsável pelo gol que abriu o placar. Sim, ele fez o mais difícil, roubou a bola, correu um campo inteiro e soube cruzar pro Diego Souza escorar pro Jean. Melhor em campo. Vamos combinar que tava precisando disso.
- Jean marcou o gol, mas não só o gol. Desde o primeiro tempo, quando o Inter tinha o domínio, dava pra ver que sua dedicação estava maior. E as coisas mudam na segunda etapa após um chute cruzado dele aos 15 minutos. Foi ali que o time cresceu. Não tenho como reclamar da sua atuação.
- Gostei do Diego Souza também. Fez bem a dele. Quando a bola chegava, tinha continuidade. E é o centroavante capaz de, em um toque, pifar o Jean. Poderia ter feito outros dois gols, perdeu de cavadinha e de cabeça. Ambas perto da trave do Lomba, porém, não fez um Gre-Nal ruim.
- Como eu tenho convicção que não foi pênalti, o Kannemann entra na lista dos melhores. Brigador, sempre se antecipando. Foi muito correto. Não teve culpa no pênalti. Não há como arrancar o braço. Mesmo sem Geromel, jogou demais.
- Deixo aqui minha lembrança ao Renato. Não há o que falar dele. Não comprou briga pelo Thaciano, escalou o time corretamente, mudou quando viu que o time cresceu e dava pra ganhar. Renato fez a dele desta vez. Não tem muito a reparar. Maicon não foi titular porque fisicamente não aguentava. Talvez o ideal seria ter tirado o Pepê antes, mas dá pra entender que é justo apostar num cara diferenciado como ele.
Quem foi mal:
- Pepê foi muito, mas muito abaixo. Incrível como sua cabeça parece bem distante de Porto Alegre. Parece estar em outro Porto, o de Portugal. Já que o cara vai ficar, tá na hora de chamá-lo pra uma conversa e decidir essa história. Ou coloca a cabeça aqui ou o melhor vai ser liberá-lo de uma vez. Do jeito que tá, não tem o que fazer.
- Eu já disse algumas vezes que sou muito fã do Alisson. Acontece que, neste jogo, foi bem discreto. Não conseguiu fazer nada muito produtivo. Renato fez bem em tirá-lo no segundo tempo. Entrou o Luiz Fernando que pouco fez, diga-se.
- Matheus Henrique, de novo, foi apenas ok. Fez a dele, mas sem aparecer muito. Discreto demais. A gente sabe que dá pra jogar melhor.
- Esqueça os erros (eu sei que é difícil) e vamos ser práticos. Hoje, são 11 pontos pro líder. Não busca nem batendo o Flamengo. Brasileirão vai ser só pelo G4 e olhe lá.
- A pior notícia foi Geromel. Saiu ainda no primeiro tempo por conta de uma torção no tornozelo. Lance sozinho. Teve que ir pro vestiário carregado por Cortez e Churín. Preocupa não só para os últimos jogos, mas para a final da Copa do Brasil. Olha, parece grave. Tem que ver o exame de imagem, mas a cena foi forte.
Como foi o jogo:
- O primeiro tempo foi melhor do Inter. O Grêmio até teve um pouquinho mais de posse de bola (52% a 48%), mas as melhoras chances foram do Colorado.
- Na real, a única chance claríssima foi do Yuri Alberto. Ele estava na cara do Vanderlei e perdeu. Mas teve um chute do Praxedes também, um chute que acabou não sendo tão bom, mas a jogada em si foi interessante.
- No lado do Grêmio, nada foi feito no primeiro tempo. Simplesmente não tinha como marcar gol. Até teve duas bolas que Rodinei e Dourado deixaram escapar, mas nenhum gremista aproveitou. O time ficou sem inspiração, com nomes como o do Pepê completamente apagado.
- O segundo tempo começa com um Inter envolvente. Foram 15 minutos a pleno vapor. Um time intenso, a toda hora no ataque. Só que os muitos erros no toque final fizeram não só o gás acabar como deram moral pro lado Tricolor.
- Isso porque tudo muda em um chute cruzado do Jean Pyerre. Ali, o Grêmio acendeu uma luz que dava pra vencer. E foi pro ataque. Renato também viu isso. Sacou três caras de uma vez. Meteu Maicon, Ferreira e Luiz Fernando. Pepê, que estava com a cabeça longe daqui, Alisson e Lucas Silva saíram. A partir daí o Grêmio comandava as coisas.
- Só que o gol acontece em um erro grosso do Lucas Ribeiro. É o perigo de quem gosta que zagueiro saia driblando. Ele tentou fazer isso, Diogo Barbosa rouba, dá um pique surreal, Diego Souza escora e Jean Pyerre chega batendo. Gol do Grêmio, que estava bem melhor. Só que não dá pra esquecer que tem um erro colorado na história. Um erro grosso do Lucas Ribeiro.
- E ai é a hora do Abelão aparecer. Ele muda praticamente tudo, coloca Abel Hernández e Nonato, o time se joga pra cima e dá certo. Com Cuesta, de novo um zagueiro jogando, vem um cruzamento e o Abel cabeceia firme pra rede. Empate, 1 x 1.
- Depois, Ferreira reclamou de um pênalti. Nonato tá nas costas dele, mas não é nada absurdo. Os dois tão disputando a bola e o Ferreira força, faz uma queda como se tivesse sido nocauteado no chão. Forçou. Claro que o braço do Nonato tá nas costas, mas é um esporte de contato, tão disputando. Não tem uma alavanca com o braço que possa jogá-lo no chão. É mais o Ferreira que se atira do que o Nonato que empurra.
- A vitória, de virada, em pleno Beira-Rio, veio da forma mais dramática possível. Um Inter no abafa, metendo bola na área, consegue um pênalti quase aos 50 minutos do segundo tempo. E eu não vou mentir. Não achei pênalti. O Edenilson cabeceia muito perto do Kannemann, que estava com o braço aberto, mas nada demais.