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Muito mais que um título, o Gauchão mostrou muitas coisas importantes para o Grêmio

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Lucas Uebel/Grêmio
  • Antes de tudo, o título foi merecido. A taça ficou com quem mais mereceu conquistá-la. Seja com Mancini, seja com Roger. O Grêmio teve a melhor campanha até a final, venceu o único Gre-Nal que valia alguma coisa e bateu o Ypiranga lá e aqui. Portanto, não tem muito o que debater.
  • Agora, eu vejo o estadual como uma preparação para a temporada. E foi isso que aconteceu. Serviu pra direção acordar que Mancini não ia vingar e colocar o Roger, por exemplo.
  • Depois, vimos que Orejuela não ia dar conta do recado e que o ataque precisava de alguém com mais juventude que o Diego Souza. Essas são duas medidas fundamentais pro restante do ano.
  • No time, o Gauchão mostrou que Villasanti é primeiro volante. Essa é a função dele. Nada de box-to-box, de motorzinho. É o cara pra jogar atrás da bola, na frente da zaga. Além disso, ainda tirou o Thiago Santos da equipe. Isso era fundamental. Não sou dos que o detestam, porém, sei reconhecer que isso tinha que acontecer. Pelo menos nesse momento.
  • Campaz, visto como indisciplinado taticamente, mostrou que pode perfeitamente jogar na ponta direita. O fato de ficar mais preso no lado lhe ajudou. Não bagunça tanto o time. E, sim, isso é importante. Não adianta sair de um lado pro outro. Mesmo que faça alguns gols, desorganizar o sistema vai te levar a derrotas.
  • Mas a grande novidade foi Bitello.  Começou jogando no grupo de transição, ficou na equipe de cima e foi o grande cara das duas finais. Nesse último jogo, foi o melhor em campo. Não pensem nele como volante. É um meia pela esquerda. Sei que é ruim comparar com estrelas do futebol, mas é só ver que tá cheio de cara como ele na Europa. De meia que joga um pouco atrás daquele meia-atacante. Ele é um articulador de jogo. O passe pro quase gol do Elias e a bola na trave na falta é coisa de jogador diferente. A lamentar o fato de estar com 22 anos. Colocaram tarde pra jogar. Isso é muito a cara do momento que a gente sempre falava.
  • Numa linha um pouco abaixo, Vem o Elias. Como centroavante ou ponta-esquerda, ele foi o artilheiro do Gauchão. É um bom começo. Tem ótimas ferramentas, é veloz, tem potência, chuta, passa, finaliza. Ainda precisa melhorar um pouco a qualidade dessa finalização. Quer dizer, tem que melhorar muito. Perde gols demais. E olha que foi o artilheiro, hein?

Bitello é a grande novidade que o Gauchão deu pro Grêmio – Lucas Uebel/Grêmio

  • O que me preocupa é o sistema de jogo. Não sei se esse modelo de não ter a bola e jogar no contra-ataque vai dar certo na Série B. Isso eu fico me perguntando. Porque, como falei, o ideal do Estadual é preparar pra competição nacional. Será que vai dar pra jogar assim na B?
  • Pensa comigo, Roger apostou em três meias pelo centro do gramado. Nem vou chamar de volantes. Eles são meio-campo. Lucas Silva cresceu demais e Bitello foi o melhor do Gauchão. Depois, o jogo acontece quase que todo pelos lados. Os protagonistas do ataque são os dois pontas. O jogo acontece com Campaz, um meia caindo pelo centro na direita, e Ferreira/Elias, um driblador na esquerda. Eles não terão espaço pro contra-ataque na Segundona. Ninguém vai atacar o grêmio lá. Aqui mora minha dúvida.
  • Como meta de melhoria está o comando de ataque. Diego Souza mal conseguia tocar na bola. O Elias deu mais agilidade, mas não é nem de perto o finalizador que é Diego. O que fará Roger? Qual a solução para um time que joga saindo em escapadas dar a bola com qualidade pro seu centroavante? Essa é a principal missão. Elkeson tem tudo pra ajudar. Finaliza melhor que Elias e tem mais físico que Diego Souza. Depende da condição física.
  • Por fim, a zaga nunca me passou confiança. Geromel tá oscilando pra caramba e Bruno Alves é apenas ok. Imagino que tá todo mundo contando os dias pro Kannemann voltar. De resto, a lateral-direita deve melhorar com o Edilson, mesmo com as boas partidas do Rodrigues.
  • Registro aqui que Brenno ainda não tá igual ao Brenno de antes da Olímpiada. Errou uma saída de gol novamente nessa final. Poderia ter comprometido. Imagino que Roger parou com o rodízio por isso. Um dos goleiros precisa ter confiança. É o que lhe falta.
  • Ah, não dá pra ir sem falar do Roger. O próprio Geromel lembrou que não tem como recriar o time de 2016 porque os jogadores não são nem de perto os mesmo. Apesar disso, Roger fez sua parte. Achou uma forma de jogar, deu uma cara de time, foi dando sequência, não fez grandes invenções. Diria até que é bem o básico, mas muito bem feito. Três meias, dois pontas, saídas rápidas pelos lados e um centroavante esperando bola. Não tem grande segredo. Pra quem precisava de resposta rápida, ela foi dada. A missão agora é tentar dar um passo na frente, melhorar esse time a ponto de ser protagonista contra adversários de menor expressão.

Lucas Uebel/Grêmio

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