Grêmio

Com Campaz melhor em campo, Grêmio escancara nova proposta do Roger e encaminha o título Gaúcho

Publicado

3 anos atrás

26 de março de 2022

Por

João Batista Filho

Lucas Uebel/Grêmio

A vitória deixou o Grêmio a um passo do título. Penso que a melhor e quase única chance do Ypiranga era lá em Erechim. Óbvio que tudo acontece no futebol. Agora, na Arena, não imagino que terão força pra vencer por dois gols de diferença. Ainda mais que estavam claramente nervosos jogando em casa, imagina com 50 mil gremistas contra. Só no sábado que vem iremos saber.
A proposta do Roger tá clara e parece definitiva. É muito clara a ideia de entregar a bola pro adversário, mesmo que esse seja um time do interior, e viver de escapadas. Só que boas escapadas, registre-se.
Tanto é que o Ypiranga chegou a ter 65% de posse de bola no primeiro tempo e 61% de posse no segundo tempo.
O primeiro tempo poderia, tranquilamente, ter finalizado com um 5 x 0 Grêmio. Sem exagero. Elias explodiu uma bola no peito do goleiro e depois girou sobre o zagueiro, bateu no cantinho e o goleirão pegou. O Campaz acertou a junção da trave e depois o travessão. Por fim, ainda teve o Villasanti, que errou a cabeceada, sozinho na pequena área. Fiz questão de relatar uma a uma pra mostrar que foi um jogo completamente controlado no primeiro tempo.
No segundo, a proposta seguiu, mas sem a mesma qualidade na execução. Já no final do primeiro tempo, o Ypiranga tinha melhorado, conseguiu algumas escapadas. E, na segunda etapa, a partida era bem mais pra eles, que tinham posse de bola e até algumas finalizações.
O jogo foi decidido num lance onde o Churín errou, mas deu sorte. Sorte do marcador ter sido afoito. Afinal, Churín foi dominar uma bola que deveria ter finalizado de primeira e acabou levando um toque nas pernas. Um pênalti claro. Injusto pelo segundo tempo gremista, só que correto pelo lance do campo.

Bitello foi, de novo, o motor do time – Lucas Uebel/Grêmio

Falando especificamente sobre os jogadores, Campaz foi, disparado, o melhor em campo. Parece ter se encontrado na ponta-direita. Isso que, nesse jogo, ele apareceu várias vezes pela esquerda também. Foi pela esquerda que deu uma cavadinha no travessão e colocou uma bola com açúcar na cabeça do Villa. E foi pela direita que acertou a junção da trave.
Bitello fez outro jogo incrível. Ele é o motor da equipe. Deu passes, marcou, saio pra jogar. Que baita jogador.
Lucas Silva parece ter, enfim, se reencontrado. Como cresce em decisão, né? A gente sempre fala isso. E é a mais pura verdade.
Elias ficou um pouco abaixo, mas merece destaque. Só fico incomodado pelos muitos gols perdidos. Na cara do goleiro, tem que fazer o gol. E, sim, o Campaz também perdeu, blz, porém, tem diferença. O Campaz fez jogadas bem executadas que não entraram por detalhe. O Elias perdeu explodindo bola no peito do goleiro. Precisa melhorar urgentemente.
Villasanti voltou e foi, de novo, a peça fundamental do meio-campo. É incrível a diferença que tem com ele no campo. Demoraram um ano pra ver que ele é primeiro volante. Pois bem, agora é só seguir assim. Pagaram R$ 17 milhões por um box-to-box, antigo motorzinho do meio-campo. E, na real, o cara é primeiro volante. Dos bons, pelo menos.
Roger tem um erro que é deixar demais o Diego Souza no campo. O cara mal tocava na bola e seguia jogando. Eu não consigo culpar o Diego Souza. Não tem como achar que, aos 37 anos, no último ano de profissional, ele vai emagrecer e dar piques de área a área. Nem Romário, fininho, fazia isso no final de carreira pelo Vasco. Não tem como. A questão é que, nos jogos que a bola não chegar pro Diego Souza, tem que tirá-lo. Não tem o porquê manter. Foi a segunda vez que Roger fez isso.
Enfim, o título tá encaminhado. Não creio que o Ypiranga, que estava nervosos jogando em casa, vai conseguir reverter na Arena.