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Vai ser muito difícil explicar o que aconteceu nessa noite no Estádio Beira-Rio

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Ricardo Duarte/Inter
  • O Inter é muito difícil de explicar. Em qualquer outro cenário, seria inacreditável imaginar que um jogador de 41 anos, que já não joga com tanta frequência, seria titular logo na sua partida de despedida, em pleno Campeonato Brasileiro. Pois foi o que aconteceu nesta noite no Beira-Rio. Como venceu, a gente não vai lembrar, mas o risco disso dar errado era gigantesco.
  • E, pasmem, o cara ajudou e muito a resolver as coisas. Como meia de centro, fez o que pôde para organizar o time. E, num lance que define o seu talento, fez um improvável gol de empate no finalzinho do primeiro tempo. Daquelas coisas que se encaixam perfeitamente. Ele recupera uma bola, passa por dois, finaliza forte, conta com ajuda do goleiro e faz o gol. Gol esse que empata uma partida antes de ir pro intervalo. Era fundamental isso acontecer pra não estragar a festa. E o cara foi lá e salvou a própria festa.
  • Por isso e por ter a força de melhorar o ambiente, de trazer 36 mil pessoas de volta ao estádio, D’Alessandro foi, sem dúvidas, o melhor jogador em campo. Ele deu a energia que era preciso para o Inter vencer, jogou muito bem, fez gol e salvou sua festa. Fez de tudo.
  • E olha que colocá-lo como titular quase que como uma homenagem tinha tudo para dar problema. Não deu. Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.

Ricardo Duarte/Inter

  • Mas o segundo melhor em campo foi Rodrigo Moledo. O que jogou esse cidadão. Que baita zagueiro é o Moledo. Alguém sabe se ele não estava jogando escondido por algum lugar? Um ano e meio depois, voltou com o mesmo tempo de jogo, com a mesma segurança na marcação, com os mesmos desarmes de sempre. Rodrigo é o melhor zagueiro do Inter e não se debate mais isso. Não podem mais tirá-lo do time. Não podem. Fico me perguntando o que pensou o Medina, vendo esse jogo pela televisão.
  • Depois, gostei dos ajustes que o Cauan de Almeida fez no time. Seguindo em um 4-2-3-1, colocou um time minimamente equilibrado e colocou as peças no seu lugar. Não fez improvisações e montou o time como poderia. Foi bem o auxiliar em sua primeira chance por aqui.
  • É claro que algumas peças ficaram abaixo do esperado. Renê e Jhonny fizeram os dois pênaltis que o Fortaleza teve e não renderam nem perto do que se imagina deles.
  • Ambos tem atenuantes. O Renê fez sua primeira partida pelo Inter, tem que levar em consideração. O problema é fazer um pênalti empurrando jogador pelas costas como ele fez.
  • O Jhonny tem o desconto que ele e o Gabriel são, basicamente, da mesma função. O Liziero era o cara a jogar por ali. Seguramente, renderia mais. Só não jogou porque teve uma virose e ficou sem condições de entrar em campo.
  • Vou te dizer que gostei do Maurício. É um cara que colabora muito para o time. Torcedor ama cobrar raça, intensidade, entrega, dedicação. Tudo isso ele tem. É um meia muito útil pra trocar passes, cruzar, finalizar, participar.
  • Também arrisco dizer que o De Pena é um atacante de lado bem interessante. O cara é bem pequeno, mas corredor, protege bem a bola. Faz a sua parte.
  • Boschilia parece que, finalmente, está 100% readaptado, conseguindo chegar nas bolas e fazer todos os movimentos.
  • Bustos tem suas arrancadas para o ataque muito fortes. Ele começa a jogada do segundo gol, que deu uma recompensa pro Alemão.
  • Alemão entrou no segundo tempo e fez o que o Wesley Moraes não tá conseguindo: finalizou bem. Em um lance, em uma bola, ele se mete entre dois zagueiros, gira o corpo, ajeita o pé e consegue o desvio suficiente pra matar o goleiro. Gol de centroavante. Mostrou que sabe fazer.
  • O Wesley é um caso a parte. Sua finalização tá falhando por cima e por baixo. Seja de cabeça ou com o pé, não consegue acertar. Parece que ele bate reto, forte, mas reto. Sem tentar desviar do goleiro. Como é uma pancada, talvez até vá entrar, mas é preciso tentar dar direção, tirar do goleiro. Tá pecando nisso.

Ricardo Duarte/Inter

  • Enfim, esse foi um jogo atípico porque é um time sem técnico e se despedindo de um ídolo. Mas um jogo que deu certo pelo resultado e pelos bons nomes que apareceram. Moledo não pode mais sair do time e Alemão merece ser olhado como titular no próximo jogo.
  • O problema agora é saber que, quem chegar (deve ser o Mano), não vai ter mais o melhor jogador em campo. Ele se aposentou.

Ricardo Duarte/Inter

Setorista da dupla Gre-Nal. Torcedor do Tottenham e do Real Madrid. Fã de futebol inglês.

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