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Inter precisava ter uma noite destas para lembrar que dá sim pra ilusionar

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Ricardo Duarte/Inter
  • Nunca duvidem do que é capaz um clube do tamanho do Internacional. Talvez, em meio a tantas agonias, muitos esqueceram de tudo que o Inter é capaz. Tinha que ser contra um gigante. Tinha que ser o River. Tenho certeza que isso vai fazer uma galera lembrar que dá sim pra sonhar, pra se iludir, pra ilusionar coisas grandes.
  • Eu sempre falo que futebol não é um jogo de justiça, mas seria injusto pra caramba o Inter sair daqui sem essa classificação. Na bola, o futebol colorado foi muito superior. Muito mesmo. Mesmo no primeiro tempo, sem gols, as duas chances foram coloradas. Eles, mal chegaram. E a real é que o River só chegou quando já estava 2 x 0 contra eles. Ali, deram medo. De resto, o Inter sempre foi dominante. Na bola, deu Inter.
  • A classificação, nos pênaltis, espanta um fantasma de eliminações cruéis que vinham acontecendo. Até nisso, a noite foi importante. Futebol se vence também no mental, no psicológico. Quando tu derruba um River, batendo nove penais, tu mostra uma força internamente para teus jogadores, mas também pra fora, para os adversários.
  • Indo para o jogo nos 90 minutos, Coudet começa fazendo uma mudança importante e que acho que todo mundo sabia que iria acontecer. O Maurício entrou na vaga do De Pena na meia.
  • Algumas alterações visíveis no modo de jogar foram: Renê mais preso como terceiro zagueiro, Jhonny mais livre para jogar e Wanderson mais como ponta esquerda.
  • Esquece o gol, a partida que o Mercado fez foi de colocar em um quadro. Foi perfeito. Até por estar mais protegido, jogando centralizado, com Renê ao seu lado, foi dono do sistema defensivo. Chegou até a salvar uma bobagem do Igor Gomes, com um pique de guri pra se atirar na bola e salvar o que poderia ser o gol deles.
  • Outro que também gastou a bola foi o Wanderson. Mais aberto na esquerda, como ponteiro, subiu muito de produção. Parecia até mais confiante. Foi pra cima, voltou, driblou e ajudou demais.
  • Só que, pra mim, o melhor em campo foi o Jhonny. Hoje, é titular e não se fala mais nisso. Ele foi soberano no desarme e na saída de jogo. Estava na dúvida entre ele e o Mercado, mas pela leitura do jeito de jogar do Coudet, penso que merece demais esse reconhecimento.
  • Se é verdade que o Renê levou um baile no primeiro jogo, neste segundo se recuperou. Mais defensivo, não perdeu uma pro Solari. Deu a volta por cima.
  • Rochet, quando foi preciso, defendeu uma bola rasteira e ainda conseguiu converter o pênalti. Eu diria que ele foi contratado para isso, mas não imagino alguém que cogite que ele tenha sido contratado para fazer gol. E ele fez.
  • Bom, seríamos injustos se não falássemos do Coudet. O cara foi contratado para passar pelo River e passou. E passou fazendo seu time jogar pra merecer a classificação. Em pouquíssimo tempo, construiu uma nova maneira de atuar, mais ofensiva, e foi suficiente para chegar nas quartas da Libertadores. É verdade que penou nos primeiros jogos com resultados ruins, mas conseguiu fazer o que tinham pedido pra ele. Tinha que classificar e classificou. Isso, é com Coudet. Mérito dele.
  • Mais, ele preparou duas trocas quando saiu o primeiro gol. E, mesmo assim, meteu Pedro Henrique e Luiz Adriano em campo. O cara é ofensivo mesmo. Não se intimida. Se era isso que o pessoal queria, estão tendo.
  • Um detalhe que não é tão detalhe é que não morreram fisicamente no segundo tempo. Jogaram acelerados sempre.

Ricardo Duarte/Inter

  • Bom, mas por óbvio nem tudo foi lindo maravilhoso. É claro que o momento é de comemoração, mas dois pontos coletivos precisam ser bem debatidos internamente. Primeiro, que o gol que o River fez foi um escândalo. Não tinha ninguém no segundo poste. Ninguém. Dois carinhas deles entraram sozinhos para fazer o gol. Erro grosso. Em geral, a bola pune esse tipo de erro grosseiro. Tem que se ligar.
  • Depois, na reta final da partida, o Inter começou a dar chances pra eles. Eu sei que eles estavam dando a vida, mas vai ser sempre assim, né? Vai acontecer novamente em outras partidas.
  • Entre os pontos que ainda precisam de melhor avaliação, penso que dá pra ver a questão do Alan Patrick. Ele faz o segundo gol, mas não dá pra achar que jogou uma partida como sabe. Penso que ele tá muito perdido nessa de ser um segundo atacante que recua pra ser armador. Tá é confuso, inclusive.
  • Também imaginei que o Maurício fosse melhor. Ele tem que ser titular. E isso não muda. Agora, eu imagino que com o tempo irá desempenhar melhor. Foi um jogo discreto dele.
  • Igor Gomes também precisa entrar mais ligado. Quase entregou no fim. E olha que estamos pedindo ele de titular. Tem que se ligar.
  • De Pena é outro que escapou por pouco de cair em desgraça.
  • Mas a classificação veio. E Coudet terá mais duas semanas até pegar o Bolívar, lá na altitude, e depois resolver em casa. Vamos combinar que vão esquecer o Brasileiro e focar em chegar em uma semifinal de Libertadores. É bem possível sonhar. A noite de hoje mostrou isso.

Ricardo Duarte/Inter

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