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Inter empata com futebol de derrota e se complica na Sul-Americana

Publicado

4 anos atrás

14 de abril de 2022

Por

João Batista Filho

Ricardo Duarte/Inter

Foi um empate com gosto de derrota. Na real, empate com futebol de derrota. Tudo foi derrotado no Beira-Rio. Qualquer pessoa que olhar o jogo pra prestar atenção na atuação, vai se decepcionar com o nível de intensidade do Inter.
E olha que dava até pra ter virado a partida, o adversário é uma equipe modesta, os caras tem seis anos de vida. Sim, é um clube novinho, o 9ª colocado no campeonato paraguaio, que tem 12 clubes. Pra galera ter noção. Porém, nem uma vitória aliviaria a atuação em marcha lenta do time do Medina.
Medina optou por começar com De Pena de lateral-esquerdo. É isso mesmo. Ninguém tá louco, ele foi ala pela esquerda. E olha que nem foi o cara que comprometeu. A dele, o uruguaio fez. Agora, essa situação meio que mostrou que temos um bruxinho do técnico no elenco, né? É homem de confiança.
Os principais problemas começam do meio para frente. Gabriel e Liziero ainda tão distante de serem dois articuladores de jogada como pensou a direção. Se o Gabriel foi contratado para qualificar a saída de bola, temos um belo de engano aqui. Ele não é esse cara.
No entanto, essa dupla passaria batida se eles fossem os caras do primeiro passe, com o trio da frente dando resposta. Nada feito de novo. Nessa função, eu preciso começar pelo Taison. A Conmebol escolheu ele o melhor em campo porque eles sempre pegam o cara que faz gol. Vão no básico. Geralmente, não é um bom parâmetro. Motivo? Taison mais “joga para a torcida” do que pro time. Ele mais gesticula, fica brabo, dá dura e cobra os outros do que joga futebol. Seu futebol tá muito distante do mínimo aceitável.
Nos lados, Edenilson fazia um jogo ok, nada demais e acabou lesionando. Lance de infelicidade. Bateu joelho com joelho. Toda cara de lesão grave. Mesmo assim, me permito lamentar que, mais uma vez, o Medina mudou o posicionamento dele. Já foi volante, meia pela direita, pelo centro e quase um segundo atacante. Só falta meter de goleiro.
E, bom, sei que uma galera não vai gostar, mas eu não vi o Wesley Moraes tão mal assim. Fez um ou outro pivô, deu uma assistência pro Liziero e tudo mais. Foi brilhante? Também não, só que nada a ponto das vaias da torcida. Veja bem, não tô dizendo que é o camisa 9 dos sonhos, apenas que não é ele o principal defeito do time.

De Pena foi lateral-esquerdo – Ricardo Duarte/Inter

Bacana ver o Moledo entrando no jogo. Se tiver mínima forma física, Moledo é o melhor zagueiro do Beira-Rio.
E vai ser titular porque o sistema defensivo colorado tem erros meio básicos. Nem consigo colocar isso na conta do Medina. No lance do gol deles, fora o Daniel, tinham cinco jogadores de linha do Inter e dois dos caras. Todo mundo colocou em um e deixou o outro carinha liberado. Ficou até óbvio pro cara que conduzia a bola tocar.
Embora esses muitos erros individuais até possam aliviar um pouco pro Medina, não tem como não colocar muitas responsabilidades nele. O cara não consegue fazer um time. Não tem liga. Não acontece. Incrível. E fica difícil defender quando Edenilson muda de posicionamento, Liziero era volante, virou ala e agora voltou pro meio. De Pena chegou como ponta e virou lateral.
Ah, meio estranho ver o D’Alessandro, que domingo não vai mais ser jogador de futebol, aparecendo como uma tentativa desesperada de solução. Então, tenta o Estevão. Era o mínimo.
Parecia inacreditável, mas nesse momento o Inter não está classificando num grupo desses. Lembrando que só classifica o primeiro. Hoje, o Independiente, que tá com dois pontos a mais.
Olha, tá difícil ver futuro no Inter.