Inter

Esse é o típico jogo que ilustra bem um time treinado pelo Coudet

Publicado

1 ano atrás

12 de agosto de 2023

Por

João Batista Filho

Ricardo Duarte/Inter

Embora, como sempre, tenham alguns pontos positivos, é preciso dizer que a derrota foi muito merecida. O Botafogo trocou forças com o Inter no primeiro tempo e foi esmagador no segundo. Os caras foram incrivelmente superiores. Mereceram a vitória e tão fazendo por merecer o título. Tá na cara que serão campeões.
Aliás, me permitam começar pelo time deles. Os caras perderam treinador e seguiram jogando, perderam o melhor do time e já começam ganhando. Em um elenco que não tem muita estrela. É bom trabalho mesmo. É um time que encaixou. Isso serve muito de reflexão porque toda hora a gente tenta justificar isso ou aquilo. Os caras foram lá e tão fazendo. Sem desculpa.
Outra, o Cuesta é o capitão dos caras. O Cuesta. Ele que virou símbolo de derrota no Beira-Rio, quando, na verdade, quem não ganhava era o Inter. É a estrutura como um todo, não só Cuesta, Dourado ou Edenilson. Eu até concordo que a última temporada do Cuesta aqui foi bem complicada, mas tá na hora da torcida entender que não existe um culpado e sim todo um ambiente do clube, que entra até a angustia e impaciência do torcedor, que tá dificultando as conquistas. O assunto é mais complexo, mas o resumo é esse.
Indo pro jogo, Coudet escalou o mesmo time que bateu o River. Ele claramente tá tentando entrosar e dar sequência para os caras pensando na Libertadores. Concordo e muito com isso. Não dá pra vencer o Brasileiro, terá que usar para G6 e ajustes pensando em uma campanha histórica de Libertadores.
E o primeiro tempo foi sim muito bom. Foi trocação, né? O Botafogo atacava, o Inter também. Jogo muito bom de ver.

Ricardo Duarte/Inter

Rochet foi o melhor em campo pelo Inter na primeira etapa. Ele fez defesas incríveis. Mais uma vez, salvou geral. Mesmo com a ótima atuação do time no primeiro tempo, o Rochet já estava salvando. Porém, não posso deixar de registrar que o gol de empate saiu em uma falha dele. Tomar gol no meio das pernas pode não ser frango, mas é defensável. Um reflexo e tinha evitado. De qualquer maneira, o Bota ia virar, não tem jeito, porém, faço o registro.
Entre os destaques, cito o Enner Valencia. Ele infernizou os caras. E nem só como atacante de centro, ele também foi ponta, driblou, ganhou divididas, foi na linha de fundo e cruzou com perigo. Baita primeiro tempo. Problema que sumiu no segundo. E começou perdendo pontos ao, mais uma vez, brigar na saída do campo. Se esquentou ao cobrar o árbitro. Tem alguma coisa estranha com ele. Tá passando do ponto.
É difícil analisar individualmente os jogadores porque vários deles foram bem no primeiro e mal no segundo tempo. E isso indica a questão do treinador. Se todo mundo vai mal, é porque tem erro do treinador.
Por justiça, alguns jogadores também não se ajudaram. Caso do Pedro Henrique, que perdeu um gol estourando a bola no peito do goleiro e no que fez, estava impedido. Não foi uma noite feliz dele.
Esse, talvez, seja um dos jogos que mais ilustrem o que é um time treinado pelo Coudet. Tu vai bater e vai apanhar. Vai fazer gols e tomar gols. É trocação mesmo. Vai lá e vem cá. Tem horas que tu vai ganhar do River e em outras tu vai tomar um monte de pancada.
Se paramos pra pensar, ficou bem parecido com o que aconteceu em Buenos Aires. Jogou bem no primeiro tempo e foi mal no segundo.
Outra, Coudet estava vendo o time tomar uma pressão gigantesca e só foi mudar após levar gol. E aí, vendo tudo, tirou Maurício e colocou Nico. Sacou um meia e meteu um terceiro zagueiro. Meio claro que foi uma péssima escolha. Pra piorar, o Nico Hernándes entrou mal e completou os problemas.
No fim, a tabela mostra um Inter que tá a sete pontos do G6. Nem vou falar em G4 porque isso tá complicado. E também não vou projetar rebaixamento porque, sejamos justos, não é uma tendência de momento. Se mudar, ok, avaliamos, mas não é uma tendência. Eu sei que o Z4 não tá longe, mas a gente não vê um Inter jogando futebol de rebaixado.